THX 1138 – Versão do diretor (Warner Home Video) – Estréia de George Lucas no cinema, a ficção científica realizada há 34 anos mostra-se ainda atraente com seu visual requintado, que tingiu de branco polar os cenários da sociedade subterrânea do futuro. Dopados por calmantes e proibidos de praticar sexo, THX 1138 (Robert Duvall), LUH 3417 (Maggie McOmie) e SEN 5241 (Donald Pleasence) tentam escapar das garras do Estado informatizado numa trama com toques de George Orwell. Primeiro filme da produtora American Zoetrope, de Francis Ford Coppola, THX 1138 é, na verdade, a refilmagem de um curta que Lucas fez quando estudava na Universidade da Califórnia. Um documentário sobre a produtora, o making of e o curta fazem parte do disco dois, só com extras. (Ivan Claudio)

DVD

Bossa nova, com John Pizzarelli (Bourbon Street, São Paulo, da terça-feira 19 à sexta-feira 22) – Desde que ouviu João Gilberto cantar Besame mucho no rádio do carro, há mais de 20 anos, o músico descobriu um novo mundo. Influenciado pelo pai, o também guitarrista Bucky Pizzarelli, John tirou todas as músicas de Amoroso, disco do baiano que incluía aquela música. O CD Bossa Nova, que Pizzarelli lança
nesta temporada, surgiu como um tributo a essa descoberta. Além de canções de Tom Jobim, traz outras de Toninho  Horta e Ivan Lins, leituras abrasileiradas para temas dos irmãos George e Ira Gershwin, Stephen Sondheim e James Taylor, e composições próprias, como Soares samba, homenageando o amigo e anfitrião Jô. (Luiz Chagas)

 

Arte

Paralela 2004 (São Paulo) – Está espetacular a  coletiva com artistas de nove das principais galerias paulistanas. A principal exposição off-Bienal acontece num galpão de 3.000 m2, com espaço suficiente para os 157 nomes selecionados. De consagrados como Beatriz Milhazes e Tunga a emergentes como Gustavo Rezende e Fabiano Marques, a seleção é de primeira qualidade. A mineira Rivane Neuenschwander, por exemplo, criou uma gigantesca sequência de quadrinhos formada apenas pelos balões de texto. Com uma print feita sobre um arranjo de confetes, Vik Muniz refaz Van Gogh. Há ainda a pintura de Paulo Whitaker e Paulo Pasta e, na área de vídeo, o ótimo Da janela de minha casa, de Cao Guimarães, mostrando uma briga de garotos na lama de uma chuva atemporal. (Ivan Claudia.)

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Teatro

As pequenas raposas (Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro) – No momento em que a corrupção e a cobiça já ultrapassaram os níveis da selvageria, o texto de Lillian Hellman – interpretado no cinema por Bette Davis – pode parecer ingênuo. Não é. Seu diferencial é tratar o assunto com sutileza, através da rotina pueril de uma família do sul dos Estados Unidos, no início do século passado. Entre jantares e licores, sob a expectativa da construção de uma fábrica, revela-se de forma crua o quanto o ser humano é capaz de vergar seu caráter ao peso do dinheiro. A direção de Naum Alves de Souza faz justiça à sutileza de Hellman. Beatriz Segall e Sergio Britto interpretam muito bem o casal protagonista, mas é Joana Fomm, como a angustiada Birdie, o grande destaque do elenco. (Francisco Alves Filho)


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