chamada.jpg
LIMPEZA
As empresas apagam informações e fotos negativas e criam conteúdo positivo

O namoro acaba e o homem, inconformado, divulga fotos íntimas da ex na internet. Ou a mulher rejeitada espalha na rede que o rapaz que tanto cobiçara é gay. Ou… Tentativas de vingança no mundo online, infelizmente, se tornaram comuns. A novidade é que, agora, há um profissional especializado em limpar a imagem de seus clientes. É o gerente de reputação online, um verdadeiro faxineiro virtual. Seu trabalho é vasculhar todo tipo de site em busca de informações negativas para, em seguida, apagá-las ou, pelo menos, tentar escondê-las. Para isso, espalha conteúdo positivo sobre a pessoa, manipula mecanismos de busca como o Google – consegue que os resultados positivos sejam muitos e apareçam antes dos negativos, por exemplo.

Todos temos uma reputação online, construída pelo que nós mesmos tornamos público ou por terceiros. E ela pode influenciar desde empregadores, que cada vez mais pesquisam sobre os funcionários na internet, até candidatos a namorados. Nos Estados Unidos, os gerentes de reputação online se multiplicam, cobrando até US$ 10 mil por trabalho. Aqui, ainda são poucos os que fazem isso. Mas uma agência de comunicação de São Paulo já está neste novo mercado e cobrou aproximadamente R$ 50 mil para refazer a imagem de uma mulher prejudicada pelo ex-namorado.

Ao todo, foram 12 pessoas trabalhando durante quase um ano para sumir com as fotos em que a cliente aparecia nua. Nesse caso, foi possível apagar os registros. “Como não queriam se prejudicar, os responsáveis por blogs e fóruns retiraram o conteúdo ao serem notificados”, explica Alexandre Stella, CEO da Goodae Comunicação. Ele até pagou blogueiros para escreverem bem a respeito da moça. “Por isso, esse serviço é tão caro. E ainda não temos muita gente capacitada”, acrescenta. Fundador da ReputationDefender, empresa líder nesse mercado nos EUA, Michael Fertik garante que não ajuda condenados por crimes mais graves a se livrar da ficha criminal. “Nosso foco é em conteúdos caluniosos, difamatórios, pessoais, invasivos e/ou desatualizados”, afirmou à ISTOÉ, argumentando que o trabalho de sua empresa não pode ser feito em casa. “Uma busca no Google não é suficiente, pois muitos sites não são indexados pelo buscador”, acrescentou.