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Um jornal iraniano publicou nesta terça-feira (31) que Carla Bruni, mulher do presidente francês, Nicolas Sarkozy, merecia morrer depois de expressar solidariedade a uma mulher que foi condenada à morte por apedrejamento após cometer adultério.

O jornal linha-dura Kayhan chamou Bruni de "prostituta", cujo estilo de vida significava que ela merecia um destino semelhante ao da iraniana que foi condenada à morte por adultério.

Bruni foi uma das diversas celebridades francesas que publicaram uma carta aberta a Sakineh Mohammadi Ashtiani, cujo caso provocou indignação internacional e trouxe à tona o uso do apedrejamento no Irã como pena capital.

Bruni escreveu: "Derrame seu sangue, prive as crianças de sua mãe? Por quê? Porque você viveu, porque você amou, porque você é uma mulher, uma iraniana? Cada parte de mim se recusa a aceitar isso."

O jornal Kayhan, cujo editor-chefe é nomeado pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, publicou a carta de Bruni no sábado (28), sob a manchete: "Prostitutas francesas começam a defender direitos humanos".

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Na terça-feira o jornal voltou ao assunto, criticando a "relação ilícita (de Bruni) com diversas pessoas", acusando-a de causar o divórcio de Sarkozy com a segunda esposa.

"Analisando o histórico de Carla Bruni, vemos claramente os motivos pelos quais uma mulher imoral estaria defendendo uma iraniana condenada à morte por adultério e por ser cúmplice do assassinato de seu marido e, de fato, ela mesma merece morrer", afirmou o jornal.

Ashtiani, mãe de dois filhos, recebeu 99 chicotadas por ter mantido relações ilícitas com dois homens. A sentença de apedrejamento foi suspensa e aguarda revisão jurídica, mas pode ser executada, disse uma autoridade judicial iraniana.


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