Assista abaixo os melhores momentos do debate entre os candidatos realizado nos estúdios de IstoÉ

 

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NICHOS
O humorista Batoré, a funkeira Mulher Pêra, o cantor
Juca Chaves e o estilista Ronaldo Ésper: atrás do voto

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Eles estão em busca de novos palcos. Alguns já encerraram suas carreiras. Outros constatam, tristemente, que jamais serão populares como nos áureos tempos. Também há aqueles que mal chegaram a disputar um posto de celebridade e se depararam com sinais inequívocos de que o caminho para o estrelato foi tão curto quanto será efêmero. Em todo ano eleitoral a história se repete: um batalhão de ex-famosos e de quase famosos surge nos horários políticos batalhando pelo voto do eleitor brasileiro. É inerente à democracia que qualquer cidadão tem direito de postular um cargo eletivo, mas a profusão de inusitadas candidaturas acaba passando a ideia de absoluta falta de critérios. “É do jogo”, ensina o cientista político Gaudêncio Torquato: “As candidaturas são legítimas, mesmo que acabem funcionando como anzóis para os interesses partidários.”

O cardápio de opções deste ano parece mais amplo. Para eventuais saudosos do boneco Fofão, tem a ex-“Balão Mágico” Simony (PP), candidata a deputada estadual por São Paulo. Aos que não abrem mão da tradição, Sérgio Reis (PR) pode ser opção para a Câmara Federal. Myrian Rios (PDT) avisa aos navegantes que já não responde como atriz e quer distância daquela imagem estampada em revistas masculinas. Ela é missionária e concorre a deputada estadual. A categoria “Mulher Fruta”, a novidade deste pleito, é representada pelas funkeiras Suelem Mendes Silva (PTN), a Mulher Pêra, e Cristina Batista (PHS), a Mulher Melão, ambas candidatas a deputada federal. Entre um sem-número de esportistas surge o ex-boxeador Maguila, que espera receber “votos de gratidão”. “Como não têm mais espaço na tevê, as ex-celebridades buscam na política uma nova forma de estar em contato com o público”, nota Torquato.

As motivações declaradas para estrear na política são variadas. A Mulher Pêra, por exemplo, diz que sempre gostou de “ajudar os outros” e que, por isso, decidiu investir na política. “Durante meus shows a gente perguntava se as pessoas tinham candidato e elas nunca sabiam em quem iam votar. Então o presidente do partido me convidou e eu topei”, explica. A Mulher Pêra acredita que seu papel será o de “fazer leis para o governo”. O costureiro Ronaldo Ésper (PTC), que concorre a vaga para deputado federal e promete “agulhar os políticos em Brasília”, não quer ser considerado “uma figura folclórica”. “Tenho projetos consistentes. Não quero que pensem que sou oportunista nem que me comparem a personagens, como um Tiririca”, avisa. Mas nem Tiririca quer ser comparado a Tiririca. O humorista já avisou que, no Congresso, será conhecido apenas como “Everardo”, seu verdadeiro nome. “Vou ter o voto dos que gostam do meu trabalho e o voto de protesto também. As pessoas estão de saco cheio da política”, acredita Tiririca, que não se despe do personagem para fazer campanha.

A lógica de Tiririca faz sentido, segundo os cientistas políticos. “A política é tão desacreditada e os partidos são tão iguais que as pessoas acabam votando por simpatia”, diz Torquato. A fórmula só não é garantia de sucesso, como comprovam os resultados das eleições passadas. Em meio a um mar de celebridades, apenas o cantor Frank Aguiar, o estilista Clodovil Hernandez, falecido no ano passado, e o filho do apresentador do SBT, Ratinho Júnior, conseguiram uma vaga na Câmara dos Deputados.

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