Cinema Spartan (Em cartaz nacional a partir da sexta-feira 19) – Robert Scott (Val Kilmer) é um agente secreto do governo americano encarregado de descobrir o paradeiro de Laura Newton (Kristin Bell), filha do presidente. Seus subordinados, Curtis (Derek Luke) e Jackie Black (Tia Texada) se oferecem para ajudá-lo, mas ele os despreza. Na sequência, seu superior, Stoddard (William H. Macy), o convence de que a garota está morta e a missão, encerrada. Como o filme foi escrito e dirigido por David Mamet, celebrado dramaturgo e roteirista americano, nada é o que parece. Seguindo o estilo Mamet de valorizar os detalhes em detrimento do nexo, o excelente Macy e a sexy Tia entram mudos e saem calados. Para surpresa geral, Kilmer soa convincente numa trama indicada a iniciados no “mametismo”. (Luiz Chagas).

DVD

Marisa Monte (EMI) – Caixa com os três vídeos da cantora, remasterizados, remixados em 5.1, e acrescidos de vários extras. Marisa Monte ao vivo (1988) foi o primeiro vídeo filmado em película, inaugurando um estilo, com direção do guru  Nelson Motta e de Walter Salles; Mais (1991) marca o encontro entre Marisa e os Titãs em um disco dirigido por Arto Lindsay; Barulhinho bom (1996) documenta a excursão do disco Verde anil amarelo cor de rosa e carvão. Entre os extras destacam-se os clipes da cantora e as presenças dos Novos Baianos, Paulinho da Viola, Titãs e a Velha Guarda da Portela. Os três títulos serão vendidos separadamente. Como Memórias, crônicas e declarações de amor e Os tribalistas já existem em DVD, Marisa Monte tornou-se a primeira artista brasileira a ter toda sua discografia em imagens digitalizadas. (Luiz Chagas).

Teatro

Espírito da Terra (Teatro Viga, São Paulo) – Com seu rosto quase angelical, a atriz paulista Débora Duboc salta do riso às lágrimas com tal versatilidade que encanta a platéia de Espírito da terra, inspirado na obra do dramaturgo alemão Frank Wedekind (1864-1918). É preciso ter talento para dilacerar em límpidos graves e agudos as canções tragicômicas do universo paradoxal de Wedekind, conhecido pelas peças A caixa de Pandora e O despertar da primavera. Os personagens do autor alemão, que combateu a raiva com sábia ironia, passeiam pelo simplório comportamento burguês, desfilam pelo erotismo até chegar às viscerais transgressões humanas. Sob a direção primorosa de Marcio Aurélio e acompanhada do pianista Lincoln Antonio, Débora – vencedora de dois Prêmio Shell e três APCA – salva a dramaturgia poética da mesmice e a entrega a uma imersão teatral contemporânea, enxuta e bela. (Kátia Mello).

Livros

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O que é o Brasil? (Rocco, 76 págs., R$ 16) – No século XVIII, o jesuíta italiano Antonil escreveu que “o Brasil é um inferno para os negros, um purgatório para os brancos e um paraíso para os mulatos”. Pode-se dizer que até hoje vigoram os efeitos dessa sentença que encerra o que seja “racismo à brasileira”. Este é o tema de um dos capítulos do livro O que é o Brasil?, do antropólogo Roberto DaMatta, uma edição revisada do robusto O que faz o Brasil, Brasil? A obra nasceu com o objetivo de dialogar com leitores jovens – mas é sob medida também para adultos que queiram entender a suposta identidade nacional. (Eliane Lobato).


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