Na sexta-feira 10 de dezembro, Luma de Oliveira vai virar uma quarentona. E que quarentona. Não planeja festa, com medo de sentir falta de sua mãe, Maria Luiza, que morreu em maio – dois meses depois do fim do casamento de 13 anos com o empresário Eike Batista. Esbanjando beleza e sensualidade, Luma mantém um relacionamento amistoso com o ex-marido, que mora em uma casa vizinha a sua, na zona sul do Rio de Janeiro. A empresária mora bem. Seu confortável casarão tem uma deslumbrante vista da Lagoa Rodrigo de Freitas, com o mar de Ipanema ao fundo. Do gramado se avista o Cristo Redentor. O imóvel ficou para os filhos Thor, 13 anos, e Olin, oito, com usufruto do pai. Pelo acordo da separação, de um casamento com comunhão parcial de bens, Luma ainda pode permanecer lá por dois anos. Ela saiu da união com uma bolada – cujo valor é mantido em sigilo – que lhe deu um considerável prazo para pensar em voltar ao batente. Os filhos recebem pensão mensal de R$ 20 mil. Passada a turbulência do rompimento com Eike, a bela volta a ficar de bem com a vida. Falou a ISTOÉ com simpatia. Ela isenta o bombeiro José Albucacys de culpa pelo fim do casamento e tem preenchido suas horas cuidando da prole, fazendo ginástica e assumindo o comando da casa, antes administrada por uma empresa. E voltou a estudar inglês. São as primeiras iniciativas para retomar as rédeas de sua vida.

ISTOÉ – Afinal, houve ou não um romance com o bombeiro José Albucacys?
Luma –
Não. Ele foi mais uma pessoa que entrou no meio de uma separação tumultuada. Outros nomes também surgiram. Mas não tem nada a ver. Tudo não passou de uma história de fim de casamento pelo desgaste do tempo. Só isso.

ISTOÉ – O que fez para recuperar seu alto-astral depois da separação?
Luma –
Há dois anos, as coisas já não iam muito bem, estávamos tendo desencontro de pensamentos e de idéias e procurei uma terapia para me fortalecer. Quando me separei, estava mais forte. O temporal me pegou em pé. A terapia me ajudou a perceber que sempre fui muito mimada pelo meu pai, que morreu quando eu tinha 16 anos, pela minha mãe e meus sete irmãos. Eike também me mimou. Quando recebia convite para fazer uma novela, ele me chamava para viajar para a Grécia e eu achava ótimo. Por um período Eike também chegou a fazer terapia sobre nosso relacionamento, com a mesma profissional.

ISTOÉ – Como foi ter uma separação acompanhada pelo País inteiro?
Luma –
Foi muito desagradável. Qualquer separação é dolorida. Ainda por cima foram comentários desnecessários, de pessoas que não eram qualificadas para falar da vida de ninguém. Naquele momento tinha de me concentrar nos filhos e nos direitos deles, porque éramos casados com comunhão parcial de bens.

ISTOÉ – Eike deu a você recentemente um vestido amarelo de Ocimar Versolato. Há chance de reatamento?
Luma –
Foi uma delicadeza dele, que aceitei de bom grado. Mas não há a menor possibilidade de volta. Temos um relacionamento saudável, o que é bom para nossos filhos e também para nós dois.

ISTOÉ – Apareceram pretendentes depois da separação?
Luma –
Não, porque não saio muito.

ISTOÉ – Você foi casada com um homem bonito e rico e se separou.
Como imaginaria o companheiro ideal?
Luma –
Tem de ser amigo, independentemente de qualquer coisa. Dou muita importância à amizade, que envolve todos os sentimentos: amor, carinho e afeto. Se um dia eu tiver outro relacionamento, ele tem de ser um parceirão.

ISTOÉ – Sente saudades de namorar?
Luma –
Não. Estou muito colada com meus filhos e meus amigos. Tenho feito viagens que adoro, coisa que não acontecia mais durante o casamento. Este ano fui à Itália, vou sempre para Búzios e descobri Itacaré (BA), um paraíso.

ISTOÉ – Quais são seus planos para o Carnaval
de 2005?
Luma –
Estou com saudade da avenida, mas esse foi um ano difícil. Já resgatei meu bom humor, mas para estar na Sapucaí é preciso uma explosão de alegria. Mas já conversei com presidentes de três escolas. Porém, não quero revelar quem são porque vão dizer que outra está substituindo Luma.

ISTOÉ – Depois do casamento, você teve de se recatar. Seria capaz de voltar a exibir os seios na avenida ou pousar nua em revista?
Luma –
Meu irmão Mem está em negociações com a Playboy. Queriam que eu fizesse o aniversário da revista, em agosto, mas eu não me sentia inteira. A negociação voltou a todo vapor para janeiro, primeiro número, e eu não descarto.

ISTOÉ – Como você se sentiu quando as feministas a chamaram de mulher objeto, no Carnaval em que você saiu com uma coleira com o nome de Eike?
Luma –
Não me afetou, porque foi um gesto de uma mulher independente, dona de sua vida, para fazer uma brincadeira como aquela. A liberdade a gente conquista para fazer dela o que quiser, sem esquecer que era Carnaval e que aquilo era uma fantasia.

ISTOÉ – Como seus filhos encaram a exposição de sua sensualidade?
E como você lida com isso?
Luma –
(Risos). Moramos num país tropical, onde as mulheres andam nas ruas de minissaia, canga, biquíni. Sou mais uma carioca, despojada. Os meninos não fazem nenhum comentário. Não rola esse tipo de assunto.

ISTOÉ – Qual é o seu sonho de consumo?
Luma –
Muito bobo. Gosto de carro. Há uma Cherokee que está sendo lançada e não virá agora para o Brasil.

ISTOÉ – Será que o Eike não vai te dar uma?
Luma –
Não. Eu é que tenho de fazer as coisas por mim. Quero resgatar aquela Luma de 16, 20 anos, quando eu mesma fazia tudo. Estou gostando disso: ligo para a concessionária, tento negociar, iniciativas que sempre tomei.

ISTOÉ – Há algum projeto de trabalho?
Luma –
Agora tomo conta de uma casa onde tudo era administrado por um escritório. E voltei a estudar inglês e no ano que vem retomarei o francês. Ainda não pensei em voltar a trabalhar este ano, embora me cobrem bastante.

ISTOÉ – Você votou em Lula. Está satisfeita com esse governo?
Luma –
Votei e estou muito satisfeita. Ele precisa de tempo para conseguir mudar as coisas. Lula vai aos poucos e necessita de um segundo mandato  para realizar seus projetos.