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Numa Copa de resultados tão surpreendentes como esta, não é de admirar que o mundo tenha se apegado às previsões de um cefalópode. Paul é um exemplar da espécie Octopus vulgaris nascido em 2008 e vive no Aquário de Obserhausen, na Alemanha. Desde o início do torneio na África do Sul, seus tratadores colocam moluscos que lhe servem de alimento dentro de dois compartimentos. Um deles tem a bandeira da Alemanha; o outro, a da seleção desafiante. Até agora, suas escolhas foram infalíveis – inclusive antes da derrota dos alemães para a Sérvia, na primeira fase, e da semifinal em que a Espanha levou a melhor. Apesar da grande capacidade cognitiva do polvo – dotado do maior cérebro entre os moluscos –, especialistas garantem que suas “previsões” são puro acaso.

“Ele tem 50% de chances de acerto, uma probabilidade alta”, diz César Ades, especialista em comportamento animal da USP. “O fenômeno mereceria atenção científica se, em vez de um animal, pelo menos 20 acertassem o palpite”, opina Rodrigo Barreto, biólogo da Unesp. Alheio às discussões, Paul segue gozando do status de oráculo. E espera não ir parar na panela de algum alemão frustrado.