Dois anos depois de seu duelo na final da Euro-2008, Alemanha e Espanha se encontram para uma semifinal explosiva de Copa do Mundo, nesta quarta-feira (7) à noite em Durban (20h30, 15h30 de Brasília), que deverá consagrar o futebol técnico e ofensivo.

Na última vez em que essas duas seleções se enfrentaram, a Espanha dominou a Alemanha (1-0) e comemorou a conquista da Europa. Entre Viena e Durban, espanhóis e alemães seguiram cada um seu caminho, mas o confronto de quarta os coloca quase no mesmo ponto.

Duelo de Titãs

Com seus campeões europeus de 2008 e um futebol de toque refinado, a Fúria foi apresentada como a melhor equipe do mundo, enquanto a Nationalmannschaft (seleção alemã) entusiasma por sua juventude, pela ousadia e por passes milimétricos.

Se os comandados de Vicente Del Bosque começaram mal a competição, perdendo para a Suíça (0-1), sem apresentar a mesma desenvoltura da Euro-2008, conseguiram evoluir durante o torneio e igualaram a campanha da Copa do Mundo do Brasil, em 1950.
"Vivemos um período muito bom do futebol espanhol há alguns anos, e chegar entre os quatro primeiros de um Mundial é magnífico", comemorou Del Bosque.

Depois de algumas críticas feitas a sua seleção no início da Copa, o treinador espanhol agora parece aproveitar a era de ouro de seu país, representada pelo Barcelona e pelos excelentes resultados da ‘Roja’ (duas derrotas em 53 jogos desde novembro de 2006!). A Espanha versão 2010 domina os jogos, mantendo a posse de bola com toques rápidos e precisos. Mas também é uma equipe que conclui pouco a gol e que encontra problemas contra equipes fechadas na defesa, algo que a Alemanha, com certeza, não será.

"Vejo a Espanha jogar cada vez melhor, sabendo se impor em quase todas as partidas, em algumas com mais dificuldades e em outras com menos", considerou Luis Aragonés, treinador do título europeu de 2008. E para os jogadores espanhóis que chegam à maturidade como Puyol, Xavi, Villa e Iniesta, é agora ou nunca.

A Alemanha não tem esta preocupação: com uma média de idade de 24,9 anos — a mais baixa desde 1934 para uma seleção alemã na Copa do Mundo — e prodígios como Özil, Khedira, Neuer e Müller, suspenso para o jogo, há todo um futuro pela frente. Mas depois de ter destruído a Inglaterra (4-1) nas oitavas de final e a Argentina (4-0) nas quartas, esta jovem Alemanha quer conquistar mais uma Copa. "Saí de mãos vazias duas vezes após a Copa do Mundo de 2006 e a Euro de 2008, e não estou a fim de passar por isso de novo", disse Bastian Schweinsteiger, que fez os alemães esquecerem a ausência de Michael Ballack, fora da Copa por contusão. Nesta quarta-feira, Joachim Löw não terá Thomas Müller, mas poderá contar com o efetivo Miroslav Klose, que já marcou quatro gols neste Mundial.

"Miro", de 32 anos, pode destronar Ronaldo, detentor do recorde de gols em Copas do Mundo (15), mas não se mostrou muito preocupado com isso: "Prefiro o título mundial", afirmou Klose.

A previsão do polvo

O famoso polvo Paul, conhecido por acertar os resultados das partidas da Alemanha na Copa do Mundo, previu que a Espanha vai vencer a semifinal desta quarta-feira em Durban e disputará a final do próximo domingo.

Os acertos sucessivos de Paul transformaram o que começou como uma piada em algo com grande espaço na mídia, já que até o momento o polvo advinhou todas as vitórias da Alemanha e a única derrota do país na Copa, para a Sérvia na fase de grupos.

O sistema é simples: em seu aquário em Oberhausen são colocadas duas caixas de comida, uma com as cores da Alemanha e outra com as cores do próximo rival, e Paul escolhe uma das duas.

Na terça-feira, o polvo optou pela caixa da Espanha, o que para os alemães mais supersticiosos provoca o temor de derrota na semifinal da Copa.

A imprensa alemã recordou que Paul costuma acertar, mas não é infalível, pois na última Eurocopa apostou em uma vitória alemã sobre a Espanha, mas foi a Fúria que levantou o troféu.

No momento de escolher entre a caixa com a bandeira alemã ou a espanhola, Paul ficou em dúvida por vários minutos, até que finalmente optou pela equipe de Vicente Del Bosque.

O ato foi transmitido pela televisão na Alemanha e a decisão representa um "drama", segundo um dos apresentadores, que fez piada ao falar de uma ‘tragédia nacional’, em plena febre da Copa no país em consequência do ótimo futebol apresentado pela equipe treinada por Joachim Löw.