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FUTEBOL ARTE
“Zona de Fronteira” (acima), de Julio Leite, e “Futebol à Trois”, de Luiz Paulo Rocha

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LUANDA, SUAVE E FRENÉTICA 2/ Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador/ até 17/7
FUTEBOL DE SALÃO – A COLETIVA/ Lurix: Arte Contemporânea, RJ/até 15/7

Em tempo de Copa do Mundo e de discussões acirradas sobre a vigência do futebol de resultados – em que vale a eficiência em detrimento da beleza do espetáculo –, as artes visuais contribuem com duas exposições que remetem aos melhores momentos do futebol arte. A galeria carioca Lurix: Arte Contemporânea preparou uma coletiva com um time de “craques” internacional, que inclui o francês François Morellet, o português Daniel Blaufuks e o brasileiro Cildo Meireles. Em Salvador, o Museu de Arte Moderna expõe um recorte da produção artística recente do continente da Copa, ao apresentar os artistas de Angola que irão expor na Trienal de Luanda, em setembro.

O futebol bem-comportado de Dunga não teria chance de sucesso, se dependesse do partido assumido pela mostra “Futebol de Salão – A Coletiva”, cuja tônica é quebrar regras. “O Campo Todo Fraturado”, escultura de aço e resina sintética realizada em 2010 por Raul Mourão, dá seguimento a uma série de trabalhos que, desde 2002, desconstroem as linhas demarcatórias do campo de futebol. Já “Futebol à Trois”, de Luiz Paulo Rocha, reinventa as possibilidades do jogo de futebol, criando um campo para ser compartilhado por três times, numa bem-humorada associação à ideia do “ménage à trois”. O paraibano Julio Leite, que se dedica a trabalhos em vídeo e fotografia, propõe em “Zona de Fronteira” um diagrama geopolítico a partir de fragmentos de uniformes de seleções.

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RETRATOS DA ÁFRICA HOJE
“UnRecuerdo”, (acima) e “Mussorongo”, do fotógrafo Kiluanji

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Em Salvador, “Luanda, Suave e Frenética 2” supera os estereótipos regionalistas aos quais a arte africana é frequentemente associada. A exposição apresenta 15 trabalhos de 13 artistas angolanos, que expressam suas visões sobre Luanda, capital de Angola, através de linguagens diversas, como fotografia, vídeo, instalação, pintura, documentário, curtas e arquitetura. Com curadoria do artista Fernando Alvim, organizador do primeiro pavilhão de arte contemporânea africana da última Bienal de Veneza, a mostra é um projeto que precede a edição da Trienal de Luanda 2010, em setembro. Segundo Solange Farkas, diretora e curadora do MAM-Bahia, o fato de Salvador ter sido escolhida como cidade parceira para o evento não se dá somente pelas ligações históricas da Bahia com Angola. “Antes de mais nada, é preciso desmitificarmos a ideia romântica e primitiva da África, que ainda está presente no imaginário das pessoas e, particularmente, entre a sociedade baiana”, diz ela.

A exposição faz um retrato da situação política, econômica, cultural e artística de Angola, que foi colônia de Portugal até 1975 e passou por 27 anos de guerra civil, adaptando-se pouco a pouco aos novos caminhos democráticos. “Não existe apenas a África Mãe, mas também a irmã, que enfrenta problemas similares aos nossos”, completa a curadora, comprometida com a arte do continente africano desde 2005, quando trouxe para o MAM-Bahia a Mostra Pan-Africana de Arte.