Conhecido por sua vigorosa pintura expressionista, o artista gaúcho Iberê Camargo (1914-1994) foi também um grande gravador. Nessa linguagem, que possibilita um trabalho direto com o claro e o escuro, ele aprofundou a temática tanto na abstração como na figuração de seu final de carreira. É isso que se vê na mostra Gravuras de Iberê Camargo (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo), que marca o lançamento de seu catálogo raisonné e reúne 38 gravuras, 22 desenhos, cinco matrizes e 21 das chamadas "provas de estado" mostrando diversas etapas da feitura de uma gravura. Estão lá as naturezas-mortas da juventude, a fértil fase dos carretéis, a abstração dos núcleos e das estruturas em movimento, e a produção dos anos 80 e 90 com os ciclistas, os manequins e as mulheres idosas. Simultaneamente, abre-se em Porto Alegre, no Margs, a exposição Iberê Camargo – gravuras e as projeções de um ateliê no tempo.