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Obra no museu Guggenheim de Bilbao

 

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Aranha de Bourgeois no Mam de São Paulo

 

Louise Bourgeois foi uma das maiores artistas do último século. Nos seus 60 anos de carreira esteve ligada a diferentes escolas artísticas, sendo o Surrealismo o estilo pelo qual ficou mais conhecida. Quando sua morte foi anunciada nesta última segunda-feira, muitos brasileiros se lembraram de uma de suas esculturas mais famosas, a “Aranha”, que se encontra na marquise do Museu de Arte Moderna em São Paulo (MAM-SP). A escultura está exposta em regime de comodato no museu e na realidade, pertence ao acervo do Banco Itaú. Esteve exposta pela primeira vez no Brasil na 28ª edição da Bienal de São Paulo em 1998. Sua aquisição foi feita em 1999 pelo então presidente do Itaú, Olavo Setúbal em um leilão de arte internacional. Segundo a assessoria de imprensa do Itaú, a escultura foi cedida ao MAM-SP e teve o espaço de vidro construído especialmente para sua exibição. Mas essa “Aranha” não é a única: existem outras pertencentes a diferentes acervos espalhados pelo mundo, o que faz certamente da série “Aranhas” o conjunto de trabalhos mais famosos da artista.
 A artista começou a produzir essas esculturas em meados da década de 1990. Uma das primeiras foi criada junto a um projeto que desenvolvia para a Tate Gallery, em Londres, no período de 1999 a 2000. Em seguida, uma aranha menor foi colocada na Rockefeller Plaza, em Nova York, e desde então, elas ganharam outros lugares do mundo, como o museu Guggenheim de Bilbao e o L´Hermitage de São Petersburgo. Podemos encontrar as “Aranhas” de Louise ainda em Seoul, La Havana e claro, no Brasil. Mas qual é a verdadeira história por trás das esculturas aracnídeas de Louise Bourgeois? Não são simples aranhas apenas. Chamadas de “Maman”, elas representavam, segundo Louise, uma metáfora para a atividade artística.  Mas o fazer artístico para Louise também estava intimamente ligado a sua visão freudiana do processo de criação. Pelo menos, foi isso que alegou ao dizer que em seu caso,  a vida do artista era a negação do sexo. “A arte vem da incapacidade de seduzir. Sou incapaz de me fazer amada. A equação é na verdade sexo e assassinato, sexo e morte”, afirmou certa vez.