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Ficou parecendo ação entre amigos. Mas a verdade é que a atitude do megainvestidor Warren Buffett, que na segunda-feira 26 anunciou a doação de US$ 31 bilhões à Fundação Bill e Melinda Gates – o casal mais rico do mundo –, é uma questão de princípios. O dinheiro é a maior contribuição a uma entidade beneficente feita até hoje nos EUA. Buffett sempre deu de ombros à ostentação dos novos-ricos e também se opôs à chamada riqueza dinástica. Ele afirmou por diversas vezes não querer deixar heranças para os filhos. “Adoro ir a um clube de campo e ouvir comentários das pessoas sobre os efeitos maléficos de um sistema de bem estar-social. Ao mesmo tempo, eles legam aos seus filhos uma vida inteira – e ainda mais –de vales-alimentação”, costuma dizer.

Aos 75 anos, Buffett destinou um total de US$ 37,1 bilhões em ações de seu grupo de investimentos, o Berkshire Hathaway, para incentivar outros bilionários a fazerem o mesmo. Além da fortuna doada aos Gates, ele assinou cartas de compromisso destinando US$ 6,4 bilhões a organizações de caridade criadas por sua mulher, já falecida, e seus três filhos. O total doado corresponde a 84% de seu patrimônio. Certa vez, o empresário presenteou seu parceiro de bridge, o mesmo Bill Gates, com o livro The gospel of wealth (O evangelho da riqueza), escrito por outro bilionário, Andrew Carnegie. O tema do livro: a “necessidade moral” de doar.

Com seus bilhões de dólares, Buffett poderia criar sua própria fundação. Mas ele preferiu transferir sua fortuna à Fundação Gates, referência mundial na área de pesquisas de doenças como malária, Aids e tuberculose. “Vocês podem repassar esse dinheiro melhor que eu”, disse ele ao casal Gates.

84% do patrimônio pessoal do bilionário Buffett irá
para instituições de caridades nos EUA