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Confira o primeiro bloco da versão em vídeo da reportagem sobre os foodies com a ilustradora Ana Elisa Granziera

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Ana Elisa abre a sua cozinha para a reportagem da IstoÉ e revela o universo dos foodies

 

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GOURMET
Ana Elisa Granziera: pão, queijos e conservas feitos em casa

Não basta experimentar pratos de chefs estrelados, como os gourmets faziam. Nem levar a sério o hobby de cozinhar, como os aficionados da velha guarda. Para os foodies da nova geração, uma tribo que só pensa em comida, é preciso pesquisar, registrar e compartilhar as criações e descobertas com o maior número possível de pessoas. É o que faz o tradutor Isaac Kojima, 29 anos. Depois de um intercâmbio estudantil no Japão, em 2005, começou a se dedicar às experiências no fogão. “Aproveitei a diversidade de restaurantes de Tóquio, que é bem maior do que a de São Paulo, para experimentar outras culinárias”, diz.

De quebra, Kojima aproveitou para fazer um mergulho na cultura alimentar japonesa. “Nenhuma dona de casa ou estudante lá aceitaria tomates verdes, sem gosto, por exemplo”, afirma. Para compartilhar sua visão de mundo, criou um blog, O Onívoro, onde coloca receitas e os assuntos que pesquisa. “Queria começar a mostrar ideias nas quais acredito.” Outro hábito que o tradutor cultiva são as fotos de comida, que posta no grupo Food Porn do Flickr, site de publicação de fotografias na internet. A expressão provocativa se refere a registros de comida produzidas e espetaculares, hit entre os foodies conectados. A comunidade I Ate This (eu comi isso), também no Flickr, tem 19 mil membros. O número de fotos de comida no site aumentou dez vezes nos últimos dois anos, chegando a seis milhões.

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JAPÃO
Kojima compra produtos orientais

É pelas comunidades online que se formam as panelinhas. Para dar vazão às receitas testadas e aprovadas de seu acervo de mais de 90 livros de culinária, a ilustradora Ana Elisa Granziera, 31 anos, criou o La Cucinetta. “Comecei a escrever para provar um ponto: que é possível comer bem mesmo trabalhando o dia todo e morando numa cidade agitada como São Paulo”, diz Ana. Além do trabalho e dos passeios com o cachorro, Gnocchi, Ana passa o dia às voltas com comida. Cuida dos vasos de temperos cultivados dentro do apartamento, cozinha todas as refeições, faz seu pão em casa e até prepara produtos mais elaborados, como queijos e conservas.

Claro que nem nas férias os foodies dão trégua. Eduardo Luís da Luz, autor do blog Da Cachaca pro Vinho, já clicou à mesa na região da Toscana, em Barcelona, Paris, Lima e Chicago. A última viagem foi para Paris, onde ele alugou um apartamento por duas semanas para fazer compras em mercadinhos e cozinhar. E, claro, comer em templos da gastronomia, como o L’Atelier, do chef Joël Robuchon; no Le Jules Verne, restaurante de Alain Ducasse na Torre Eiffel; ou no Nomiya, no Palais de Tokyo. Já em Chicago e em Barcelona, aderiu a tours guiados por chefs para vivenciar a gastronomia local. “Você não conhece um lugar se não conhecer a comida dele”, diz Luz. Por que tanta ênfase em comida? “A sociedade está envolvida numa discussão inconsciente sobre o comer”, afirma o sociólogo da alimentação Carlos Alberto Dória. “E se deve prevalecer o aspecto lúdico, nutricional ou gastronômico.” Tanta informação só abre mais o apetite por mais novidades.

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