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CHIQUE
Joana Rocha privilegia o estilo e usa até salto alto na hora de pedalar

Na rotina da designer Joana Rocha, 31 anos, o que predomina é o estilo. Salto alto, acessórios e uma charmosa bicicleta fazem parte do arsenal para enfrentar o trânsito de São Paulo. “É engraçado como as pessoas reagem ao me ver de salto. A maioria acha que a bicicleta serve apenas para esporte ou diversão”, diz. Ela decidiu dispensar as roupas esportivas ao ler blogs como o Copenhagen Cycle Chic. Criado por artistas dinamarqueses, que postam flagrantes dos elegantes moradores da cidade sobre duas rodas, o blog gerou uma onda de similares pelo mundo. No Brasil, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo têm suas versões. Para o arquiteto André Moreau, 35 anos, não ter carro não é problema. Ele é fã das práticas bicicletas dobráveis. “Consigo integrar a bicicleta com outros meios de transporte. E é ótima para guardar num apartamento”, diz ele. Ambos fazem parte de um grupo que achou maneiras de pedalar que refletem um estilo de vida que não é esportista ou cicloativista.

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NO METRÔ
André Moreau é fã das bikes dobráveis: pequenas e práticas

Um dos indicadores desse novo comportamento é o mercado: há cinco anos, as dobráveis eram raras e caras, e predominavam os modelos esportivos como as mountain bikes ou de corrida. Hoje o quadro é outro e chega por aqui a cultura da bicicleta, que extrapola a função da bike como esporte ou transporte. Elas viraram objetos de charme, de culto, de protesto, de apropriação do espaço público. “É uma forma de se distinguir no anonimato da cidade”, diz José Guilherme Magnani, professor do núcleo de antropologia urbana da Universidade de São Paulo. Outra visão de mundo totalmente diferente é a dos adeptos das bikes de roda fixa. Elas tornaram-se objetos de culto após serem adotadas por bike messengers em cidades como Londres e Berlim, que precisavam de bicicletas leves e de manutenção fácil. As rodas fixas têm uma marcha só, não possuem freio e são mais difíceis de pilotar. O curitibano Gabriel Nogueira, tradutor, mora em Barcelona com suas cinco bicicletas, e contribui por meio de um blog e em listas de discussão no Brasil com a propagação de informações sobre a cultura das rodas fixas.

“Também participo das alley cats”, diz. São corridas de rua, rachas no trânsito e até versões Banco Imobiliário, em que os participantes percorrem pontos da cidade convencionados como casas do tabuleiro. Com a disseminação das fixas, renasceu o bike polo, no qual valem as mesmas regras do jogo sobre quatro patas. Embalados nessa cultura própria, surgem festivais pelo mundo todo que atrelam jogos, filmes e músicas ligados à bicicleta. No Brasil, no mês passado, aconteceu o Festival Ciclo- BR, com torneio de bike polo, velo duel (versão sobre bikes dos duelos medievais de lanças sobre cavalos) e corrida em bicicletas infantis. É em eventos assim que cada um encontra a sua tribo.

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