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Não era comum, principalmente em Manhattan – o centro nervoso de Nova York – deparar com pessoas bem vestidas rompendo o lacre de hidrantes para banhar-se no meio da rua. Mas, nos últimos dias, a cena não parece nem um pouco surpreendente, uma vez que os termômetros têm registrado 42 graus centígrados e há uma sensação térmica de 46 graus devido à umidade do ar. E, é verdade, não deve ser nada fácil vencer a tentação de uma forte ducha de água fria quando se deixa uma estação de metrô, não refrigerada, onde o calor na tarde da quarta-feira 2 atingia a marca de 50 graus. Esse é um breve relato da onda de calor do verão americano, que já contabiliza 120 mortos no Estado da Califórnia. Equipes de paramédicos e enfermeiros se incorporaram ao cenário urbano em razão das constantes rondas a fim de oferecer assistência aos mais idosos. Sob calor intenso sintomas como falta de ar, tontura e desmaios são freqüentes.

A temperatura acima da média histórica era prevista. O que ninguém esperava era que chegasse a tanto. Na semana passada, na medida em que os termômetros subiam, Nova York diminuía seu ritmo. Em caráter de emergência, a prefeitura precisou adotar medidas de racionamento de energia por causa do superconsumo com ar condicionado e refrigeração. Os hospitais passaram a funcionar apenas com o sistema de geradores e as repartições públicas reduziram o expediente de trabalho. A Bolsa de Valores e os bancos foram obrigados a desligar seus telões e diversos edifícios comerciais desativaram os elevadores. O que é difícil para os americanos compreenderem é que as razões para tanto calor estão relacionadas com a emissão de poluentes. Reduzir essas emissões é um desafio mundial que o presidente Bush não apenas se recusa a enfrentar, mas, irritante e irresponsavelmente, teima em desdenhar.