O crescimento vertiginoso e absolutamente desregulado na venda de drones em todo o mundo já vinha causando pânico entre pilotos, companhias aéreas e especialistas em aviação há pelo menos dois anos. De acordo com todos eles, era só uma questão de tempo até que um desses pequenos veículos voadores entrasse em rota de colisão com aeronaves comerciais. No início da tarde do domingo 17, a previsão se tornou realidade. Um Airbus 320 da British Airways, que vinha de Genebra em direção a Londres trazendo 120 passageiros, foi atingido por um drone de pequeno porte quando se preparava para aterrissar, a pouco mais de 500 metros do aeroporto de Heathrow. “Por sorte não houve nada mais grave, mas mostra o risco verdadeiro de um acidente de grandes proporções”, disse Martin Hendry, superintendente da polícia metropolitana de Londres.

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ALTA DEMANDA
Só no último Natal foram vendidos 1 milhão de drones nos EUA

O incidente londrino foi uma exceção, mas que corre o risco de se tornar cada vez mais comum com o avanços dos drones em todo o mundo. Um exemplo disso é o último levantamento realizado Federal Aviation Administration (FAA), a Anac dos Estados Unidos, sobre avistamento de drones nas proximidades dos aeroportos americanos. Em apenas seis meses o números cresceu mais de 100%, chegando a incríveis 100 “quase colisões” por mês entre agosto e dezembro de 2015. Michael Huerta, administrador da FAA, diz que sanções e penalidades terão que ser impostas aos operadores de drones para ampliar a segurança. No Brasil a Anac e a Aeronáutica ainda discutem uma legislação específica, mas algumas regras já foram estabelecidas (veja quadro).

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Ninguém sabe ao certo o número de drones voando nos céus. Vendidos muitas vezes como brinquedos, não há controle ou registro para sua comercialização. Mas para se ter uma idéia da dimensão que esse mercado tomou, a FAA estima que apenas nas festas do último Natal ao menos 1 milhão de drones tenham sido vendidos apenas nos Estados Unidos.