Nos últimos três anos, quando o Estado Islâmico (EI) emergiu entre a Síria e o Iraque como uma força assustadora, o mundo se impressionou com atentados como os de Bruxelas e Paris, os vídeos de tortura e decapitação de prisioneiros estrangeiros e a destruição provocada em lugares históricos. Mais do que isso, a ameaça também vinha de seu poderio econômico. Grupo terrorista mais rico do planeta, os militantes jihadistas construíram um sofisticado sistema de organização com uma propaganda capaz de atrair milhares de jovens ao redor do mundo, inclusive da Europa e dos Estados Unidos, e de arrecadação de recursos com cobrança de impostos, confisco de bens, resgate de sequestros, contrabando de drogas e venda de petróleo. Nos últimos meses, porém, o EI tem se enfraquecido. Na semana passada, a consultoria de risco IHS publicou um relatório em que calculou a queda da receita mensal do grupo em 30% no último ano. A movimentação financeira do EI, que na metade de 2015 chegava a US$ 80 milhões, foi de US$ 56 milhões em março.

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RECONQUISTA
Soldados do exército sírio têm recuperado territórios

Parte dessa retração é resultado da perda de territórios. Nos últimos 15 meses, segundo a IHS, o EI devolveu 22% do território que havia conquistado e, com isso, a população que estava sob seu domínio encolheu de 9 milhões para 6 milhões de pessoas. Ainda que a ameaça de novos atentados no Ocidente não possa ser subestimada, com os recentes bombardeios aéreos da coalizão internacional liderada pelos EUA e da Rússia e o avanço do exército sírio, as derrotas têm sido significativas em solo árabe. Há um mês, a cidade de Palmira, na Síria, considerada patrimônio mundial da humanidade, foi recuperada por soldados leais ao presidente Bashar al-Assad depois de quase um ano controlada pelos terroristas. “Nosso estudo descobriu que o EI tem aumentado a taxação de serviços básicos e inventado novas maneiras de obter dinheiro da população”, diz Ludovico Carlino, analista da IHS. “Uma pessoa pode ser multada por não saber responder corretamente perguntas sobre o Alcorão.”

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