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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, está muito descontente com as críticas que tem sofrido em relação à condução da política monetária e cambial. Desagradam, sobretudo, as propostas que ganharam força, nos último dias, de uso das reservas internacionais, depósitos compulsórios e queda da taxa de juros para estimular a economia.

Esse desconforto, segundo apurou o Broadcast, aumentou com os boatos de uma possível substituição no Banco Central. Com a possível entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ministério de Dilma, começam a circular rumores de que Henrique Meirelles, nome que chegou a ser sugerido por Lula no início do segundo mandato de Dilma, ocuparia a presidência do BC.

Tombini tem claras as suas posições em relação ao acerto da política que vem conduzindo no BC. Ele é contrário ao uso das reservas e dos compulsórios, como defende o programa emergencial lançado pelo PT com 22 medidas para salvar economia, entre elas a redução forte da taxa Selic. Isolado, o presidente do BC quer preservar as suas posições econômicas.

A eventual ida de Meirelles para o BC após uma possível nomeação de Lula teria como objetivo, segundo relatos, tentar acalmar o mercado e sinalizar mudanças na área econômica. Paralelamente a essa indicação ao mercado, Lula, ao ser alçado como "superministro" de Dilma, também daria início a um trabalho de reaglutinação da base aliada no Congresso.

Com o ex-presidente atuando diretamente junto às lideranças partidárias, a expectativa é que ele consiga minar as movimentações pró-impeachment e assegurar a votação de projetos considerados estruturantes para o setor da economia.

Apesar de os rumores em torno da saída de Tombini, a assessoria do Banco Central disse mais cedo hoje que o presidente da autoridade monetária prossegue com sua agenda normal de trabalho. Ele mantém, inclusive, a agenda de amanhã, que prevê participação em reunião da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.