1455211406818.jpg

 

 

Albert Einstein formulou, com sua Teoria da Relatividade Geral, a existência das ondas gravitacionais. Mas a comunidade científica teve de esperar cem anos até conseguir dar razão, com provas, a uma das mentes mais brilhantes do século XX.
Demonstrar a existência destas ondas era o último desafio pendente da Teoria da Relatividade Geral, que Einstein formulou em 1915. A Universidade das Ilhas Baleares, na Espanha, uma das envolvidas na colaboração científica LIGO, oferece em sua página na web algumas respostas para entender o que são e para que servem as ondas gravitacionais.

O que são as ondas gravitacionais?
Usando uma metáfora, a universidade as define como "ondas no oceano cósmico". Einstein descobriu com a Teoria da Relatividade que os objetos que se movem no Universo produzem ondulações no espaço-tempo – uma espécie de tecido no qual se desenvolvem todos os eventos do Universo – as quais se propagam pelo espaço. Estas são as ondas gravitacionais.

Para que serve tê-las detectado?

As ondas gravitacionais são "uma nova janela ao Universo". Graças a elas é possível entender os mecanismos de algumas das ocorrências mais violentos do Cosmo, como as colisões entre buracos negros ou as explosões de estrelas. Se poderia inclusive estudar o que ocorreu um milionésimo de segundo depois do Big Bang.
Também marcarão o início de uma nova era na astronomia porque o Universo é quase transparente para elas, o que permitirá observar fenômenos astrofísicos que de outra maneira permaneceriam ocultos – a formação de buracos negros ou como se comporta a matéria en condições extremas.

Mas, por que são tão importantes para explorar o Universo?
O conhecimento do Cosmos se realiza agora, principalmente, por meio da radiação eletromagnética (luz). Com elas se pode "ver", enquanto que com as ondas gravitacionais seria como "ouvir", o que permitiria passar através dos objetos que existem entre a Terra e o outro extremo do Universo, porque as ondas atravessam tudo.

Por que se demorou tanto a saber de sua existência?
Durante décadas, esse novo tipo de ondas foi quase ignorado. Alguns cientistas duvidavam de sua existência e outros pensavam que eram tão fracas que nunca poderiam ser detectadas. Mas, na década de 1970, a descoberta dos pulsares – estrelas de nêutrons que emitem luz enquanto giram – levou à primeira evidência indireta de sua existência. Além disso, os efeitos das ondas gravitacionais são tão pequenos que é necessário detectores gigantescos para tentar encontrá-las.

Como são estes detectores?

São enormes instalações que usam uma tecnologia chamada interferometria laser. O maior deles é o Observatório de interferometria laser de ondas gravitacionais (LIGO) nos Estados Unidos. Outros detectores são o Virgo, na Itália, e o GEO600, na Alemanha.
Até agora, os detectores estão na superfície terrestre, mas em um futuro se situarão debaixo da terra e a missão eLisa da Agência Espacial Europeia (ESA) vai colocar um detector no espaço, o que permitirá detectar ondas gravitacionais em uma gama diferente de frequências.
As ondas gravitacionais "contêm a promessa do desconhecido", assegura a página da colaboração científica LIGO, pois "cada vez que os humanos olharam para o Cosmo com ‘olhos’ novos descobriram algo inesperado que revolucionou a forma como vemos o Universo e nosso lugar nele"