É um debate de longos anos: quando é preciso emagrecer, o que é melhor? Seguir ou se afastar de uma dieta rica em proteínas? Na semana passada, cientistas da Universidade Mcmaster University, no Canadá, anunciaram ter obtido essa resposta – uma espécie de santo graal entre os estudiosos da combinação de regimes de emagrecimento e exercícios físicos. De acordo com os cientistas, adotar um cardápio farto de carnes, derivados de leite e ovo, por exemplo, não só faz perder peso como ainda aumenta o ganho de massa muscular.
Durante um mês, os pesquisadores acompanharam os voluntários do estudo, todos homens e com precário condicionamento físico. “Nosso objetivo era saber em quanto tempo conseguiríamos colocá-los em forma”, contou Stuart Phillips, coordenador do projeto. Eles foram divididos em dois grupos. O primeiro adotou um regime alimentar com alta concentração de proteínas. O segundo foi submetido a uma dieta pobre em relação ao nutriente. O único aspecto em comum entre eles foi o de que todos passaram a se exercitar rotineiramente. O modelo incorporado para a pesquisa foi o chamado exercício intenso intervalado. É uma modalidade razoavelmente nova, mas que está se tornando popular por causa dos amplos benefícios que promove no combate de doenças como a diabetes.

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RESULTADO
Os voluntários da pesquisa foram submetidos a exercícios
intensos intervalados: perderam 10 quilos em um mês

É consenso entre os especialistas a importância de preservar ou aumentar a massa de músculos. São eles que dão sustentação ao esqueleto e que, por isso mesmo, em boa parte, são os responsáveis por garantir que o corpo resista melhor ao desgaste ósseo provocado pelo processo de envelhecimento. E por essa razão que, junto com os exercícios para garantir a maleabilidade e movimento dos ossos, hoje todos os programas de treinamento devem obrigatoriamente ter como cuidado o fortalecimento dos músculos que lhes servem de apoio. E é por este motivo também que uma das maiores preocupações em relação às dietas é assegurar que o indivíduo perca gordura, mas não massa magra. Dai o entusiasmo com o resultado do trabalho canadense.

O que os cientistas descobriram foi surpreendente. Os participantes que incluíram no cardápio mais proteína emagreceram cerca de dez quilos. Os que tiveram baixo índice de consumo livraram-se de oito quilos. Além dessa vantagem, as refeições mais proteicas promovem o ganho de massa muscular. Proteínas são fundamentais para o bom funcionamento do organismo como um todo, mas, em se tratando de músculos, são ainda mais vitais. Por essa razão, quanto mais equilibrada estiver a concentração de proteínas, melhor.

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DESCOBERTA
Stuart Phillips, coordenador do projeto: dieta proposta pelos
pesquisadores também combate o diabetes

A próxima etapa é apri­morar o conhecimento dos mecanismos fisiológicos que estão por trás dos processos. E expandir o conceito também para mulheres. O teste, anunciado na última semana, teve apenas homens como participantes. Daqui para frente, isso irá mudar. “Projetamos o programa para tratar homens jovens. Mas estou certo de que o tratamento irá funcionar para mulheres também”, afirma Phillips. “Elas ficarão mais fortes e perderão peso rapidamente.” 

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