Assista à entrevista com o jornalista Caio Vilela, autor do livro "Futebol Sem Fronteiras – Retratos da bola ao redor do mundo":

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BRINQUEDO UNIVERSAL
A bola faz parte da vida das pessoas no Egito, em Mianmar e na Antártica

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O esporte mais popular do mundo também é o mais fácil de ser jogado. Esqueça os estádios monumentais, os salários milionários e os eventos que arrebatam multidões. No final, tudo se resume à bola e à diversão de correr atrás dela. Uniformes de última geração que se adaptam ao corpo do atleta? Nada disso. É só dar uma olhada nas crianças nuas que batem bola no Vale de Dechen, no Tibete. Campos de futebol cuja grama parece um tapete? Também não. A partida acontece aos pés das pirâmides de Gizé, no Egito, à sombra da montanha de Kukenán, na Venezuela, ou nas praias de Danag, no Vietnã. A própria pelota pode ser improvisada, como nas ruas de Johannesburgo, capital da próxima sede da Copa, a África do Sul, onde garotos brincam com uma bola de basquete furada. Todas essas fascinantes imagens – e muitas outras – estão no livro “Futebol sem Fronteiras – Retratos da Bola ao Redor do Mundo” (Ed. Panda, R$ 39,90), do geógrafo, jornalista e fotógrafo Caio Vilela, 39 anos. A obra reúne cliques feitos durante as viagens do autor pelos cinco continentes. Fonte inesgotável de metáforas, o futebol que surge no livro também transcende o esporte, infiltrando-se na política, religião e cultura dos países.

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Através de textos curtos que acompanham as fotos, ficamos sabendo, por exemplo, da quantidade incomparável de peladas que acontecem nas ruas do Iêmen, protagonizadas pela população abaixo dos 15 anos, que representa mais da metade dos habitantes do país. Ou então do sucesso do esporte entre as meninas budistas do Nepal. O projeto que deu origem ao livro começou em 2004, durante uma reportagem na cidade de Yazd, no Irã. Enquanto fazia uma pausa para o lanche, Vilela viu um grupo de crianças batendo bola diante de um monumento histórico. A cena chamou sua atenção, rendeu uma bela foto e fez nascer a ideia de aproveitar as viagens como jornalista de turismo para registrar o esporte pelo mundo. A partir daí, foram 26 países visitados, representados nas mais de 70 fotos que compõem o livro. Além de dedicar um dos seus capítulos ao Brasil, a obra faz jus à máxima de que a Nação é, de fato, a pátria de chuteiras. Indiretamente, o País surge em outras paragens, como na homenagem do time local da cidade de Abadan, no Irã, que utiliza um uniforme quase idêntico ao da seleção canarinho, ou nas ruas da Etiópia, em que um garoto exibe orgulhoso a camiseta com uma foto do ídolo Ronaldo. Segundo Vilela, durante suas andanças pelo mundo, a identificação imediata entre o Brasil e o futebol facilitou o contato com diferentes povos e culturas. No entanto, trouxe também algumas responsabilidades.

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“Muitas vezes sou convidado para participar do jogo. Aí sempre dou vexame, porque o pessoal acha que brasileiro é craque e eu nem para goleiro sirvo muito bem”, diz o fotógrafo. Nascido em São Paulo, em 1970, Caio Vilela tem uma história curiosa com o futebol. Embora a família de sãopaulinos tenha tentado atraí- lo para a torcida tricolor, o primeiro clube que chamou sua atenção foi o Palmeiras, time da maioria dos seus amigos de escola, no bairro da Pompeia, tradicional reduto alviverde. No entanto, nas palavras do próprio fotógrafo, a relação com o clube não ia além da identificação com a cor verde. Assim, ele só descobriria a verdadeira paixão pouco depois. “Meu pai, que é arquiteto, acompanhava várias construções pela cidade e torcia para o Corinthians, para ganhar a simpatia do pessoal das obras, todos corintianos. Aí, eu vi que todo mundo era corintiano e decidi, aos 7 anos, que também seria.” Formado em geografia, Vilela iniciou a carreira como guia turístico e, a partir de 1994, passou a publicar textos e fotos de suas viagens em jornais e revistas. Em 2006, lançou seu primeiro livro de fotografias, “Cidades do Brasil – Florianópolis”. Um ano depois, saiu o segundo, “Um Mundo de Crianças”, com imagens de garotos e garotas de mais de 50 países. Atualmente, ele prepara um outro volume sobre futebol, dessa vez focado nas peladas de rua da cidade de São Paulo. Seja na maior cidade do Brasil, seja nos rincões do Irã, o planeta bola não tem fronteiras.

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Futebol Sem Fronteiras - Retratos da bola ao redor do mundo