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O Irã impulsionará seu programa de mísseis balísticos apesar das novas sanções impostas no domingo pelos EUA por esse motivo, informaram nesta segunda-feira, 18, porta-vozes do governo de Teerã.

"Responderemos a estas medidas de propaganda e ações dirigidas para causar dano prosseguindo com mais força nosso legítimo programa de mísseis e promovendo nossas capacidades de defesa e segurança nacional", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hosein Jaberi, em entrevista coletiva.

Washington anunciou no domingo novas sanções contra 11 pessoas e empresas do Irã em relação com seu programa de mísseis balísticos – uma medida que foi adiada por mais de duas semanas para não colocar em risco a libertação de presos americanos pelas autoridades iranianas no fim de semana -, apenas um dia depois que o presidente de EUA, Barack Obama, assinou a ordem de suspensão das sanções atômicas contra o Irã em coincidência com a entrada em vigor do acordo sobre o programa nuclear iraniano.

As novas sanções são em resposta aos testes feitos pelas autoridades do Irã com mísseis balísticos de precisão em outubro, violando as proibições da ONU.

O Irã sempre defendeu o direito a pesquisar e desenvolver sistemas militares sem ingerência de nenhum país, e nos últimos anos alcançou importantes avanços em tecnologia bélica, particularmente na área dos mísseis balísticos.

Segundo insiste Teerã, sua doutrina militar é estritamente defensiva e o desenvolvimento destas armas só procura se transformar em um elemento dissuasório para os inimigos do país.

O caso do programa balístico do Irã não está relacionado com o do programa militar quanto às sanções internacionais sobre o país asiático, e desde um primeiro momento os EUA disseram que manteriam os impedimentos impostos por esse motivo sobre Teerã apesar do acordo em temas nucleares.

As sanções congelam as posses que essas 11 empresas ou pessoas possam ter em território americano e as impede de utilizar o sistema financeiro americano em suas transações.

O levantamento das sanções, após o acordo internacional com o Irã para pôr fim a seu programa atômico, aconteceu uma vez que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que as autoridades de Teerã cumprem com seus compromissos neste campo.
O compromisso entre as partes foi alcançado em julho entre Irã e o chamado P5+1 (Estados Unidos, França, China, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha) e permite às autoridades persas dispor de cerca US$ 100 bilhões em ativos que se encontravam bloqueados no mundo todo.