Os 140 chefes de estado que irão se encontrar em Paris para discutir um novo acordo climático global na COP 21 já estão tendo uma amostra do que pode ser o futuro do planeta se nada for feito. De acordo com dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da ONU, os últimos quatro anos registraram recordes não só de temperatura, mas também de fenômenos climáticos extremos. Ao mesmo tempo, as águas do Pacífico estão se aquecendo de forma acelerada e o mais intenso El Niño da história esta se formando nesse momento. Não à toa 2015 vai receber o título de ano mais quente da história.

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EXTREMO
Sertanejo observa açude desaparecendo em uma das longas secas do nordeste brasileiro

 

E 2016 não deve ficar atrás. Com o El Niño pronto para atingir seu ponto máximo entre janeiro e abril, a expectativa é de que o próximo ano seja ainda mais quente e com eventos climáticos ainda mais extremos. Mesmo sem ter uma relação direta com o aquecimento global, um super El Niño pode dar a dimensão do que poder ser o planeta até o fim do século se nada for feito para frear o aquecimento causado pelos gases causadores do efeito estufa.

O encontro de Paris vai reunir tantos presidentes, primeiros ministros, reis e rainhas exatamente por isso. Depois de décadas de controvérsias, há pouca gente hoje que não esteja convencido de que há um processo de aquecimento provocado pela atividade humana. 

Apesar disso, não há consenso sobre como os países irão se comprometer no corte das emissões. Desde 1992 a ONU tenta promover um acordo para redução de emissões, mas até agora nenhum deles logrou sucesso. “Tudo indica que a COP 21 vai levar ao acordo mais significativo já feito até hoje, com grandes chances de se chegar a algo relevante. Porém, de relevante para se tornar um sucesso, é outra questão”, avalia Pedro Telles, coordenador do projeto de Mudanças Climáticas do Greenpeace Brasil. O grande entrave, como sempre, envolve dinheiro. Ninguém quer assumir um compromisso que impactará sua economia.

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