Poucas horas antes de ser preso, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) já demonstrava preocupação com as ações da Polícia Federal. Após presidir reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, por volta do meio dia de sta terça, o líder do governo no Senado disse a interlocutores que as investigações estavam chegando a "nomes próximos" de Luiz Inácio Lula da Silva e que não havia como esconder a ligação entre o ex-presidente e o pecuarista José Carlos Bumlai.

Delcídio foi preso em flagrante na manhã desta quarta-feira, 25, pela Polícia Federal por tentativa de prejudicar as investigações e destruição de provas contra ele.

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O ‘Estado’ apurou que Delcídio se reuniu com um filho de Bumlai na segunda-feira para tratar de questões do depoimento do pecuarista na CPI do BNDES, em sessão que deveria ter ocorrido na terça. Quando Delcídio deixou o Senado na noite de segunda-feira para uma reunião com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, o filho de Bumlai se despediu do senador e pegou um taxi para o hotel onde o pai estava hospedado.

Em conversas reservadas, o senador se referia especificamente ao ex-presidente Lula e, apesar de preocupado, não parecia prever que as investigações chegariam a ele. Delcídio apontou a prisão de Bumlai, ocorrida nesta terça, como uma "sinalização ruim" e que Lula e outros aliados estariam subestimando as investigações no âmbito da Lava Jato. Delcídio lamentou a prisão de Bumlai.

A amigos, o senador disse que não haveria como esconder a ligação de Lula com Bumlai porque existiriam informações, fotos e encontros que poderiam ser "resgatados". Nos bastidores, disse que, independentemente da culpa do pecuarista, a prisão de Bumlai era uma "questão delicada" porque o pecuarista é amigo próximo de sua família.

Ambos são de Mato Grosso do Sul e estavam hospedados no mesmo hotel em Brasília, o Golden Tulip, quando Bumlai foi preso.