A estratégia do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT/MS), para barrar a OPeração Lava Jato era ‘centrar fogo no STF’. Em troca do silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró – preso desde janeiro deste ano por corrupção e lavagem de dinheiro -, o senador petista prometeu atuar incisivamente no Supremo Tribunal Federal. Condenado, Cerveró busca em todas as instâncias da Justiça obter um habeas corpus em seu favor.

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Delcídio revela disposição em exercer tráfico de influência na Corte máxima e faz alusão, ainda, aos ministros do Supremo, Teori Zavascki, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, e ao vice-presidente da República, Michel Temer.

“Agora, agora, Edson e Bernardo, é eu acho que nós temos que centrar fogo no STF agora, eu conversei com o Teori, conversei com o Toffoli, pedi pro Toffoli conversar com o Gilmar, o Michel conversou com o Gilmar também, porque o Michel tá muito preocupado com o Zelada, e eu vou conversar com o Gilmar também”, disse Delcídio ao advogado Edson Ribeiro, que defende Cerveró, e a Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da estatal.

No pedido de prisão do líder do governo, o Ministério Público Federal afirma destacou trechos do diálogo “com ênfase na desfaçatez com que se discute a intercessão política na mais elevada
instância judiciária brasileira”.

“O congressista discute, ainda, estratégias para o convencimento do Ministro Gilmar Mendes, indicando que pediria a “Michel” e “Renan” – alusão evidente, dado o contexto, ao Vice-Presidente da República, Michel Temer, e ao Presidente do Congresso Nacional, Senador Renan Calheiros – que conversassem com Sua Excelência”, afirma o Ministério Público Federal.