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O corpo do jihadista belga Abdel Hamid Abaaoud, suposto cérebro dos atentados de Paris, foi formalmente identificado pela polícia entre os mortos da operação de quarta-feira em Saint Denis, norte da capital, confirmou nesta quinta-feira, 19, o procurador do Polo Antiterrorismo do Ministério Público de Paris, François Molins.

O corpo crivado de balas foi achado ao fim da operação no apartamento onde um grupo de jihadistas se entrincheirou.

Sua identidade foi determinada graças às impressões digitais, acrescentou a fonte.

Na operação morreu ainda uma mulher-bomba, prima de Abaaoud, que detonou seu cinto de explosivos diante da polícia.

Salah Abdeslam, um dos autores dos ataques em Paris, continua foragido.

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As informações foram confirmadas em comunicado oficial distribuído por Molins. "Abdelhamid Abaaoud foi formalmente identificado, após comparação de digitais, como tendo sido morto da operação. O corpo dele era o encontrado por nós no prédio, ferido por tiros", diz o comunicado.

Na noite da quarta-feira, os rumores sobre a morte já circulavam em Paris e a informação chegou a ser publicada pelo jornal americano The Wall Street Journal.

O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, veio a público saudar a morte de Abaaoud.

A confirmação da morte de Abaaoud demorou mais do que o esperado, segundo autoridades francesas, porque o terceiro andar do prédio na Rue du Corbillon, onde ocorreu parte da operação de quarta-feira, ficou danificado, o que atrasou a identificação.

Inicialmente, se acreditava que Abaaoud estava na Síria, mas investigações francesas concluíram que ele havia voltado para a Europa. O belga deixou sua casa em 2014 para lutar com o Estado Islâmico.

Armas químicas e estado de emergência

O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, advertiu nesta quinta-feira, 19, para o "risco de armas químicas e bacteriológicas" serem usadas em futuros ataques terroristas. "Atualmente não devemos excluir nada. Digo com todas as precauções que se impõem, mas sabemos e levamos em conta: pode haver risco de armas químicas e biológicas", disse à Assembleia Nacional.

Valls se dirigiu aos deputados para pedir que aprovassemm o prolongamento do estado de emergência decretado após os atentados na França por três meses, o que foi feito. A proposta, agora, deverá ser referendada pelo Senado. "Estamos em guerra. Não em uma guerra à qual a história tragicamente nos acostumou. Uma nova guerra, exterior e interior, na qual o terror é o primeiro alvo e a primeira arma."

O premiê citou o ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo e a um supermercado judeu em janeiro, quando morreram 17 pessoas; os da sexta-feira 13 em Paris, quando 129 pessoas foram mortas; e outras tentativas terroristas, como a ação em agosto contra um trem Thalys que viajava de Amsterdã a Paris.

"É uma guerra em que a frente de combate se desloca constantemente e está no coração de nossa vida cotidiana", acrescentou Valls, que a descreveu como "uma guerra planificada e executada por um exército de criminosos".

O primeiro-ministro francês acrescentou que a "novidade é a forma de operar – a de atacar, de matar – que evolui sem parar". "A macabra imaginação dos que dão as ordens não tem limites: fuzil, decapitação, bombas humanas, armas brancas, ou tudo ao mesmo tempo, realizadas por indivíduos e comandos especialmente organizados."


Fronteiras

Valls também pediu "um controle sistemático nas fronteiras da União Europeia para os beneficiados da livre circulação" e alertou que, "se isso não for feito, a sobrevivência de Schengen está em jogo".

O premiê solicitou a adoção rápida do dispositivo de registro de passageiros aéreos (PNR). "Já é hora de a Europa adotar o texto sobre o PNR que garanta o acompanhamento dos deslocamentos, inclusive no interior da UE. É uma condição para a nossa segurança coletiva".


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