Os átomos todos dançam, madruga, reluz neblina nos olhos colados aos microscópios que pesquisam a manteiga de Ucuuba. É quase como na canção “Trem das Cores”, de Caetano Veloso. Há beleza nas moléculas da semente amazônica, antes e depois de ela ser transformada em um produto inovador para a hidratação de efeito prolongado. As pesquisas tecnológicas abraçadas pelo programa Natura Campus deram asas a mais essa imaginação que a Natura tornou real para as consumidoras da marca. A nova linha da fabricante de cosméticos, lançada em abril deste ano, é resultado de um minucioso processo de pesquisa e do comprometimento da empresa com a natureza e com as comunidades locais. A Natura recebeu o prêmio “Campeões da Terra 2015”, na categoria Visão Empresarial, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, como um reconhecimento por sua capacidade de integração entre desenvolvimento econômico, social e ambiental. Pela primeira vez uma empresa brasileira recebe a maior premiação ambiental da ONU, concedida a apenas a cinco companhias do mundo todo.

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O potencial da Ucuuba (em tupi significa árvore da manteiga) foi identificado em 2004, no mapeamento de espécies para o desenvolvimento de óleos e manteigas a partir de matérias-primas encontradas na Amazônia. Dentro da Natura, ela é tratada como uma joia rara. Os sabonetes dessa linha oferecem até oito horas de hidratação, o que representa bem mais do que outros produtos disponíveis no mercado. A exemplo dessa linha amazônica, entre tantas outras, o programa de relacionamento Natura Campus tornou-se desde 2003 uma referência e um farol estratégico da marca. É hoje o seu motor na nanotecnologia cosmética. Com R$ 7,4 bilhões de faturamento no Brasil em 2014, a Natura investe 3% de sua receita (R$ 216 milhões, em 2014) em pesquisa de inovação. Cerca de 60% de todos os seus projetos são desenvolvidos com mais de 200 parceiros, entre empresas, laboratórios e agências de fomento. As inovações nessa área são uma engrenagem contínua, rapidamente absorvidas no mercado e com buscas incessantes por novidades. “Temos buscado produtividade nas nossas fábricas e procurado ser cada vez mais assertivos na nossa inovação”, disse o presidente Roberto Lima na conferência de resultados do segundo trimestre.

Das micropartículas de vitaminas às substâncias que prometem milagres para a pele, o céu é o limite para a nanotecnologia no mundo dos cosméticos. O Natura Campus foi criado há 12 anos, buscando materializar redes de inovação em ciência e tecnologia. Já foram contabilizados mais de 50 projetos com parcerias diversas. Em 2014, a colaboração com instituições de ciência e tecnologia e empresas se expandiu com a criação de novos canais de ideias e workshops. “O Natura Campus contribui ativamente com o nosso processo de inovação, trazendo novas oportunidades do mundo da tecnologia para os produtos”, afirma Gerson Pinto, vice-presidente de inovação da Natura.

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Pesquisa e testa: as descobertas encontradas no laboratório
são replicadas em escala industrial

São três centros de pesquisas que fazem girar a roda do Natura Campus. O centro de inovação da Natura, em Cajamar, no interior de São Paulo, é o mais avançado centro de pesquisa e tecnologia cosmética da América do Sul. Ele é o principal pilar da marca, em comunicação direta com o laboratório de pesquisa e desenvolvimento, em Benevides, no Pará. Esse polo de inovação possui equipamentos em escala piloto e semi-industrial para processamento de frutos, extração e modificação dos óleos vegetais e derivados. Trabalha em parceria com o núcleo de inovação Natura Amazônia, que faz a articulação de redes de pesquisa integradas por instituições científicas da região norte.

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Convocação: o Natura Campus busca estimular a criação de
redes de inovação em ciência e tecnologia

A partir dessa estrutura, projetos como o Hackaton Ekos, que tem como desafio levar a natureza para o dia-a-dia das pessoas, abrem oportunidades e convidam parceiros a, literalmente, pôr a mão na mata. Hackaton Natura é uma maratona de co-criação e prototipagem que a empresa promove por meio de suas relações com as universidades, juntamente com o Media Lab, do MIT, em Boston, nos EUA. “Em julho, encerramos o desafio de tecnologias de limpeza para desenvolver novos conceitos e projetos com menor consumo de recursos”, diz Pinto. “Duas doutorandas em biotecnologia foram selecionadas e estamos avançando para o desenvolvimento de nossos produtos.” 

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