Em 2014, o mercado brasileiro seguia o roteiro tradicional dos meses que antecedem uma Copa do Mundo. A perspectiva era de que as vendas de televisores disparassem, enquanto outras categorias de produtos sofreriam o impacto dessa preferência. Maior fabricante de eletrodomésticos do País, a Whirlpool não ficou assistindo a esse cenário de braços cruzados. Dona de marcas como Brastemp e Consul, a companhia desenvolveu a minigeladeira Cervejeira que, entre outros recursos, controla a temperatura da bebida e avisa o momento ideal para abrir a lata. Com o produto, a empresa encontrou um novo espaço na casa dos consumidores.

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Novidade: Guilherme Lima, diretor de RI (à dir.), e Vitor Bertoncini, diretor de
marketing estratégico e inovação da Whirlpool, mostram a geladeira
que evitou a queda de vendas durante a Copa

Mais que um lampejo de criatividade, o caso é mais um entre os diversos exemplos da cultura de inovação que guia o desenvolvimento de produtos da Whirlpool, no Brasil. Em 2014, a empresa lançou 180 novas linhas no País. Neste ano, nem mesmo a economia instável vai frear os cerca de 200 lançamentos programados. “Nossa estratégia é de longo prazo”, diz João Carlos Brega, presidente da Whirlpool na América Latina. “A inovação precisa ser contínua. Ela não é um cometa Halley que aparece uma vez na vida e outra na morte.” Como prova dessa visão, a Whirlpool é hoje a companhia privada com o maior número de patentes registradas no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual. Nos últimos três anos, a média anual foi de 70 depósitos.

Hoje, os produtos considerados inovadores já respondem por 23% da receita local da Whirlpool. A fabricante destina entre 3% e 4% de seu faturamento anual para a área de pesquisa e desenvolvimento, que conta com 23 laboratórios e quatro centros de tecnologia. Com o apoio dessa estrutura, a empresa não mede esforços para criar um ambiente propício à inovação. Uma das iniciativas são os workshops para funcionários, que conectam o tema aos objetivos estratégicos da companhia. “Essa abordagem ajuda a disseminar o conceito de que é preciso arriscar e manter um fluxo constante de novas ideias”, diz Guilherme Lima, diretor de relações institucionais da Whirlpool.

Para avaliar a evolução e a viabilidade de cada projeto, Vitor Bertoncini, diretor de marketing estratégico e inovação, conta que a Whirlpool se baseia na metodologia Design for Excellence, que usa parâmetros como qualidade, custo, design e prazos. Um indicador mais recente é o Design for Environment, que mede o impacto ambiental em todo o ciclo de desenvolvimento de um produto, da produção da matéria-prima ao descarte pós-consumo.

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Em pouco mais de dois anos de adoção do indicador, a Whirlpool já contabiliza bons números. Com iniciativas como os projetos de captação de água da chuva, a companhia reduziu o consumo médio de água em 9,3%, mesmo em meio ao aumento da produção. No período, a empresa registrou o reuso de 428 mil m³ de água, um volume equivalente ao consumo diário de uma cidade de 2,6 milhões de habitantes.

O diálogo com os consumidores é outra vertente essencial nesse processo. Anualmente, a Whirlpool conduz entre 60 e 80 pesquisas com cerca de 10 mil consumidores para aperfeiçoar o desenvolvimento de suas linhas. “Não adianta o resultado final ser uma maravilha tecnológica”, diz Brega. “Para que seja, de fato, uma inovação, ela deve ser simples e facilmente percebida pelo consumidor.”  


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