Quando se fala em Peter Pan, não há quem não associe o nome à síndrome do menino que não quer crescer. Porém, no blockbuster homônimo que estreia em circuito mundial na quinta-feira 8, essa questão vira coadjuvante para dar lugar à construção de um herói. De certa forma, há uma inversão até. Menino ainda, Pan age, reage e é tratado como um guerreiro adulto, com muitas responsabilidades. Mas não cresce e o arquétipo de quem resiste a sair da adolescência permanece. O roteirista Jason Fuchs buscou a essência do personagem e, nessa fábula, desconstroi a história popularizada pelos filmes da Disney para contar sua origem. Para começar, Pan não escolhe ir em busca de aventura; ele é içado de sua cama, no orfanato, por um navio mágico.

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AVENTURA
Da esq. para a dir.: o vilão Barba Negra, o amigo Capitão Gancho
(que ainda não tem gancho na mão), Tiger Lily e Peter Pan

O destino é a Terra do Nunca, onde o garoto é uma lenda que se consolida para libertar o povo da tirania dos piratas. O maior choque é a nova personalidade do Capitão Gancho (Garrett Hedlund), que deixa de ser o vilão e vira um aliado. O antagonista da vez é Barba Negra, interpretado por Hugh Jackman.

Não é a primeira vez que se reinventa o passado do garoto criado em 1911 por J.M. Barrie. Neste longa, ele é abandonado pela mãe ainda bebê, com uma enigmática carta na qual ela chama o filho de “extraordinário” e marca um encontro dos dois “nesta vida ou em outra”. Nos orfanatos pelos quais passa, Peter se torna um menino rebelde e arrogante, mas também digno e corajoso. E, não por acaso, aos 12 anos – idade em que constuma acontecer a migração do universo infantil para o adulto –, Pan embarca para o território do Nunca que é, paradoxalmente, também eterno.

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Os estupendos efeitos especiais do novo Peter Pan contribuem para a atmosfera de magia que conduz todo o filme. “Tentamos criar um mundo incrivelmente imersivo para levar nossos espectadores em uma jornada fantástica e caleidoscópica. E com o 3D é possível aumentar essa experiência”, disse o diretor Joe Wright. O protagonista Levi Miller aponta o que acha que será o ponto alto de seu trabalho, somado à tecnologia. “A luta no trampolim vai ficar magnífica em 3D.” O Capitão Gancho Hedlund elegeu sua cena-espetáculo aquela em que “o navio é lançado no espaço e voa pelo céu.” E o elenco feminino reforça a vocação sucesso de bilheterias do filme: as novas queridinhas do cinema Rooney Mara, Amanda Seyfried e Cara Delevingne.

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Fotos: Divulgação