Pedro Henrique Zodi Vitor, 10 anos, está na frente da corrida pelo alfabetismo digital que dominará o século 21. Mais do que apenas aprender a utilizar dispositivos tecnológicos, a onda agora é saber criá-los usando linguagens de programação – o código através do qual são feitos todos os programas de computador. Ele está dando os primeiros passos nessa direção cursando aulas de desenvolvimento de games e aplicativos de celular. “Ainda estou no começo, mas a gente já fez uns apps”, diz o menino, que mora em São Paulo. Pelo exemplo de garotos como Pedro, os educadores começam a entender que as redes fazem parte da vida dos mais novos e que, em vez de lutar contra a realidade, é preciso estimulá-los a usar o tempo em frente à telinha de forma produtiva. “O boom de hoje é o que o inglês viveu há 30 anos”, afirma Jayme Nigri, sócio da Futura Code School.

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EXERCÍCIO
Aos 10 anos, Pedro Henrique já fez alguns apps

As escolas brasileiras já enxergaram a tendência e estão colocando aulas de desenvolvimento de aplicativo em sua grade curricular, ainda como disciplina optativa. Em São Paulo, uma instituição implementou este ano aulas extracurriculares de códigos de computador a estudantes entre 11 e 13 anos. “Para que consigam construir e publicar apps na Google Play ou na Apple Store eles precisam de dois anos”, diz Gustavo Pohl, um dos coordenadores de tecnologia educacional do Colégio Pentágono. A escola lotou as primeiras classes da disciplina enquanto cursos que as oferecem viram a demanda dobrar nos últimos meses. Saber programar desenvolve criatividade e raciocínio lógico, afirmam os especialistas. “É uma espécie de musculação mental”, diz Daniel Cleffi, fundador da escola MadCode.

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Foto: Claudio Gatti/Ag. Istoé