terremoto-chile.jpg

 

Um forte terremoto atingiu na noite desta quarta-feira o norte de Santiago, capital do Chile, fazendo os prédios tremerem e as pessoas procurarem abrigo nas ruas. O tremor foi sentido no Brasil e na Argentina. Pelo menos oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. Na manhã desta quinta-feira, as autoridades chilenas retiraram o alerta de tsunami para todo o território nacional.

Um mulher de aproximadamente 30 anos morreu ao ser atingida por um beiral que desabou em Illapel, na região de Coquimbo, ao norte de Santiago, e um homem de 86 anos teve um enfarte em Maipú, em Santiago.

O Serviço Geológico dos EUA divulgou que o terremoto teve uma magnitude de 8,3 graus na escala Richter e as autoridades americanas divulgaram um alerta de tsunami para Havaí e Costa do Pacífico. Em Valparaíso foram registradas ondas de 1,7 metros e em várias praias da região central e sul do país foi observado o recuo das águas, o que indicava a chegada de grandes ondas.

De acordo com as autoridades americanas, o epicentro do terremoto estava localizado 246 quilômetros ao norte da capital chilena. Inicialmente, o centro geológico chileno havia estabelecido a magnitude do tremor em 7,3 graus na escala Richter.

Segundo os primeiros relatos, houve corte dos serviços telefônicos em várias cidades chilenas em razão do congestionamento das linhas. O aeroporto de Santiago foi esvaziado preventivamente e o metrô da cidade funcionava ontem à noite com velocidade reduzida.

Os Carabineiros (polícia chilena) foram postos em alerta para controlar possíveis situações de emergência. Moradores de Illapel denunciaram casos isolados de saques.

De acordo com o Centro Nacional de Sismologia da Universidad de Chile, o sismo foi sentido às 19h54, com epicentro localizado 36 quilômetros ao oeste da cidade de Canela e a 11 quilômetros de profundidade.

A brasileira Alejandra Soto Osses, filha de pais chilenos que há três anos vive em Santiago, disse que se preparava para começar sua aula de dança quando sentiu o terremoto que, segundo ela, foi intenso e longo. A escola, uma casa antiga, começou a tremer e ela e as outras alunas correram para debaixo dos batentes para se proteger.

Assim que o tremor passou, Alejandra tentou pegar um táxi e voltar para casa, pois estava preocupada com a filha de 12 anos que estava sozinha. Custou para encontrar um táxi e no trajeto de 40 minutos até sua casa, no Bairro La Florida, sul de Santiago, pôde sentir a terceira réplica do terremoto.

Encontrou a filha, acompanhada de vizinhos, na entrada do prédio, que já havia resistido ao terremoto de 2010. Voltaram para o apartamento, no 5.º andar, onde viram os lustres balançarem e as janelas tremerem com as outras réplicas que, segundo as autoridades, passavam de dez. “Vamos dormir vestidas, com uma lanterna e uma garrafa de água do lado e preparadas para sair correndo”, disse.

O Chile situa-se em uma das extremidades de uma área conhecida como “Círculo de Fogo” do Pacífico, compondo uma região bastante propensa aos efeitos de movimentos telúricos. Terremotos de 7 graus ou mais têm potencial para causar graves danos em áreas habitadas.

Um terremoto de 8,8 graus na escala Richter abalou em 2010 a Região do Maule e provocou um tsunami na área de Valparaíso, com ondas superi0res a 2,6 metros. Foram confirmadas as mortes de 723 pessoas. Em 1960, um terremoto de 9,5 graus abalou o centro-sul do Chile, deixando mais de 5.700 mortos e 2 milhões de feridos.