01/09/2015 - 10:47
O papa Francisco pediu aos padres que perdoem mulheres que tenham abortado. "Decidi conceder a todos os padres, para o ano do Jubileu, a faculdade de absolver do pecado do aborto aqueles que a praticaram e que, arrependidos de coração, peçam perdão por isso", declarou na terça-feira, 1.º, num sinal de que o ato também seria uma recomendação aos médicos que realizam as intervenções.
Em uma carta apontando para as medidas que poderia tomar para o Ano do Jubileu, Francisco declarou que sabe que "enquanto a tragédia do aborto é vivida por alguns com uma consciência superficial, quase sem se dar conta do gravíssimo mal que comporta um ato como esse", muitos outros vivem "como uma derrota" e consideram que "não têm outro caminho para onde ir."
"O perdão de Deus não se pode negar a todos os que tenham se arrependido", disse o papa no documento enviado ao monsenhor Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização.
O papa indicou que sabe que muitas mulheres são pressionadas a fazer abortos e que, em sua vida, encontrou "tantas mulheres que levam em seus corações as cicatrizes dessa decisão sofrida e dolorosa". O problema é, de acordo com o pontífice, "um drama existencial e moral".
Para Francisco, padres precisam usar "palavras genuínas de bem-vindo" e garantir que aqueles envolvidos nos atos saibam da "gravidade do pecado cometido".
Com 78 anos, o pontífice tem usado diversas ocasiões para pedir que a Igreja mostre maior compaixão. Ele deu sinais de abertura aos homossexuais, a pessoas divorciadas e insistiu no combate à pobreza.
Misericórdia. Um jubileu será celebrado pelas dioceses de todo o mundo entre os dias 8 de dezembro de 2015 e 20 de novembro de 2016. Francisco já indicou que quer que o tema do perdão no centro dos eventos. Por isso, declarou o ano como o "jubileu da Misericórdia".
A decisão do papa não modifica o que a Igreja pensa do aborto e não há qualquer sinal de que isso passe por mudanças. Mas a atitude de Franscisco enfraquecerá decisões de padres que excomungam mulheres que tenham praticado aborto.
