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O quadro de deterioração das contas do governo federal aprofundou em julho, tornando ainda mais difícil o cumprimento da meta fiscal do ano. Após registrar pela primeira vez na história um déficit primário no primeiro semestre, as contas do governo central apresentaram um rombo de R$ 7,2 bilhões em julho. O déficit é o pior para o mês da série histórica, que tem início em 1997. As contas do governo central reúnem o resultado do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central.

Com o déficit de julho, o saldo acumulado no ano ficou deficitário em R$ 9,0 bilhões, o correspondente a 0,32% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, acumulava superávit de R$ 15,1 bilhões. Em 12 meses, o Governo Central acumula um déficit de R$ 43,9 bilhões – o equivalente a 0,77% do PIB.

Com dificuldades para fazer um superávit primário maior neste ano, a equipe econômica reduziu a meta para o Governo Central em 2015 no mês passado, que caiu de R$ 55,2 bilhões para R$ 5,8 bilhões. Mas mesmo essa meta está ameaçada, o que poderá levar o governo a fechar o segundo ano consecutivo com as contas no vermelho.

O resultado das receitas de julho representam uma queda  real de 4,7% em relação a julho de 2014. Já as despesas tiveram aumento real de 0,7%. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as receitas do governo central recuaram 4,7% e as despesas aumentaram 0,4%.

O resultado do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central de junho ficou dentro das expectativas do mercado financeiro. Levantamento do AE Projeções com 19 instituições mostrou que as previsões eram de zero a déficit de 9 bilhões, com mediana de déficit de R$ 5,150 bilhões.