O camarim no Citibank Hall transbordava de gente extasiada com o show de estréia em São Paulo da turnê “Dois Amigos, Um século de Música”, que comemora os 50 anos de carreira de Gilberto Gil e Caetano Veloso. Antes de cantar Sampa, Caetano brincou que a volta s São Paulo era “com garoa” e a dupla mostrou em primeira mão a canção mais nova que fizeram na madrugada anterior, “As camélias do Quilombo do Leblon”. No camarim, a um dos fãs, que sempre querem mais, Caetano brincou que não será a ultima turnê com Gil. “Nós vamos nos reunir num novo show daqui a 50 anos”. Como nem todos cabiam na sala, Gil foi até o corredor cumprimentar quem o esperava. Ali, deu esta palhinha exclusiva:

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ISTOÉ – Qual foi a maior lição desta turnê?
Gilberto Gil –
Na verdade, o que tem me magnetizado é o reencontro pleno com Caetano. Porque ele é o maior amigo que eu tenho. E a gente vive uma vida que geralmente nos separa muito por causa dos caminhos diferentes. O fato de haver um projeto que nos junta, nos junta mesmo. Em tanto tempo viajando juntos, comemos juntos, conversamos, falamos de tudo, do mundo, da vida.

ISTOÉ – Deu tempo para brigar também?
Gil –
Não, não. (risos)

ISTOÉ – Vocês nunca brigaram?
Gil –
Só uma vez aqui em São Paulo, porque eu estava com medo de fazer show naquela época da repressão, da confusão toda. E ele ficou… (bem bravo): “Que é isso!!Vambora!!!”. Foi no dia da morte do Vicente Celestino (em 23
de agosto de 1968, há exatos 47 anos). Foi a única vez que ele reclamou comigo.

ISTOÉ – Vocês pareciam um só no palco. É essa a intenção do show?
Gil-
Isso é que é bacana. É muito bom poder retomar essa unidade nossa.  

Foto: Gisele  vitória