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O Shejaia, um time de futebol palestino com sede na Faixa de Gaza, jogará em seu estádio contra um adversário da Cisjordânia pela primeira vez desde de 2000, depois que Israel autorizou nesta terça-feira, 4, que os atletas e a comissão técnica do Al-Ahly cruzassem o território ocupado pelos israelenses na região.

A primeira partida entre as duas equipes está marcada para quinta-feira, mas sua realização era incerta justamente pela necessidade da autorização de Israel, o que parecia ter pouca chance de ocorrer. O segundo e decisivo jogo entre o Shejaia e o Al-Ahly está previsto para o domingo, em Hebron. O campeão da Copa Palestina terá uma vaga na Copa da Confederação Asiática de Futebol (AFC).

Antes de o Al-Ahly chegar em Gaza, nesta terça-feira, autoridades palestinas afirmaram que Israel estava bloqueando a entrada do time na região.Originalmente, a chegada da equipe e da comissão técnica em Gaza era esperada para segunda.

O responsável por esportes na Faixa de Gaza, Abdel-Salam Haniyeh, afirmou que Israel parece ter cedido a pressão internacional e a uma denúncia da Federação Palestina de Futebol (PFA, na sigla em inglês) na entidade máxima do futebol mundial, a Fifa.

Já o escritório israelense que supervisiona as entradas e saídas na Faixa de Gaza afirmou à agência Reuters que a viagem do Al-Ahly estava autorizada, mas não explicou se houve algum tipo de atraso na emissão das permissões necessárias para que o time seguisse viagem.Ainda de acordo com o dirigente palestino, a partida entre Shejaia e o Al-Ahly será um marco histórico para o futebol da região e pode ser o primeiro passo na unificação das competições disputadas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. "Esta é uma conquista para os esportes palestinos e será um primeiro passo na criação de uma liga e de uma copa unificada na Palestina", disse Haniyeh.

A importância do jogo também mexeu com os jogadores do Ah-Ahly. "Estou muito honrado e orgulhoso. Será a primeira vez na minha vida que visitarei a Faixa de Gaza e não tenho palavras para descrever meus sentimentos", disse o atacante do time Khaldon al-Halman.

No Congresso anual da Fifa, realizado em maio em Zurique, os palestinos ameaçaram colocar em votação uma moção pedindo a expulsão de Israel da entidade em razão do bloqueio que promoveriam contra jogadores palestinos e contra o futebol na Faixa de Gaza e em Ramallah. No entanto, diante da falta de apoio, a PFA desistiu da medida e pediu a criação de um mecanismo que permitisse a avaliação de eventuais violações cometidas pelos israelenses, que foi aprovada com 160 votos a favor.