O mundo finalmente comemorou, na semana passada uma boa notícia contra o Ebola, responsável por matar mais de 11 mil pessoas e infectar outras 28 mil desde 2014 na África. Uma vacina contra o vírus mostrou eficácia de 75% a 100%, resultado considerado um divisor de águas na história contra a doença. Até hoje, não havia se chegado a nada igual. “É uma descoberta extremamente promissora”, disse Margaret Chan, diretora da Organização Mundial da Saúde.

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PROTEÇÃO
Os testes foram feitos na Guiné, um dos países mais atingidos pela epidemia de 2014

Os detalhes do experimento com a vacina foram divulgados na última edição da revista The Lancet, uma das mais respeitadas publicações científicas do mundo. O produto, feito com um fragmento do ebola e um outro vírus inofensivo, o imunizante foi aplicado em cem pacientes e em pessoas próximas. Os cientistas queriam formar o “anel protetor” (tentativa de impedir que o vírus se espalhe para além dos círculos de pessoas nos quais está presente).

Cem pacientes foram vacinados. Os indivíduos mais próximos foram imunizados imediatamente após o diagnóstico ou três semanas depois. Entre as mais de duas mil pessoas que receberam a vacina em seguida, não houve casos. Entre as imunizadas mais tarde, foram registrados 16 casos.

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O outro grupo que está sendo vacinado é o de profissionais da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras. Seu diretor médico, Bertrand Draguez, afirmou que, diante dos resultados, a vacina deveria ser levada a outros países em risco. “Os anéis de proteção seriam multiplicados”, disse. Por enquanto, porém, o plano é estender a vacinação a adolescentes de treze a dezessete anos e provavelmente a crianças de seis a doze anos.

Foto: AFP PHOTO / CELLOU BINANI