31/07/2015 - 20:00
O mundo finalmente comemorou, na semana passada uma boa notícia contra o Ebola, responsável por matar mais de 11 mil pessoas e infectar outras 28 mil desde 2014 na África. Uma vacina contra o vírus mostrou eficácia de 75% a 100%, resultado considerado um divisor de águas na história contra a doença. Até hoje, não havia se chegado a nada igual. “É uma descoberta extremamente promissora”, disse Margaret Chan, diretora da Organização Mundial da Saúde.
PROTEÇÃO
Os testes foram feitos na Guiné, um dos países mais atingidos pela epidemia de 2014
Os detalhes do experimento com a vacina foram divulgados na última edição da revista The Lancet, uma das mais respeitadas publicações científicas do mundo. O produto, feito com um fragmento do ebola e um outro vírus inofensivo, o imunizante foi aplicado em cem pacientes e em pessoas próximas. Os cientistas queriam formar o “anel protetor” (tentativa de impedir que o vírus se espalhe para além dos círculos de pessoas nos quais está presente).
Cem pacientes foram vacinados. Os indivíduos mais próximos foram imunizados imediatamente após o diagnóstico ou três semanas depois. Entre as mais de duas mil pessoas que receberam a vacina em seguida, não houve casos. Entre as imunizadas mais tarde, foram registrados 16 casos.
O outro grupo que está sendo vacinado é o de profissionais da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras. Seu diretor médico, Bertrand Draguez, afirmou que, diante dos resultados, a vacina deveria ser levada a outros países em risco. “Os anéis de proteção seriam multiplicados”, disse. Por enquanto, porém, o plano é estender a vacinação a adolescentes de treze a dezessete anos e provavelmente a crianças de seis a doze anos.
Foto: AFP PHOTO / CELLOU BINANI