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Depois de três trimestres consecutivos no vermelho, a Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, conseguiu retornar ao lucro, a despeito da derrocada dos preços do seu principal produto. A empresa apresentou lucro líquido de R$ 5,14 bilhões no período entre abril e junho, alta de 61,4% em relação ao observado um ano antes. No primeiro semestre, contudo, a mineradora reverteu lucro para prejuízo de R$ 4,39 bilhões.

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, afirmou, em vídeo no site da companhia, que o resultado "expressivo" do segundo trimestre mostra que a companhia está preparada "para um cenário desafiador para as commodities". "Esse é um resultado limpo, sem nenhum fator exógeno que prejudicasse o resultado da empresa, como por exemplo a desvalorização do câmbio em relação ao dólar", disse Siani. Segundo ele, sem esse efeito da desvalorização, que impacta o valor da dívida da companhia, a Vale conseguiu voltar ao azul.

A companhia atribui a melhora no lucro principalmente ao efeito não-caixa nos resultados financeiros, da apreciação de 3% do real contra o dólar no segundo trimestre de 2015, contra a depreciação de 21% no primeiro trimestre. O lucro apresentado superou as estimativas dos analistas.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 6,817 bilhões, recuo de 25,4% na relação anual, influenciado pela queda do preço do minério de ferro. Na comparação trimestral, no entanto, houve aumento de 47,1%.

De acordo com Siani, a melhora na geração de caixa da Vale é decorrente, principalmente, do foco da empresa nos custos. "O custo por tonelada caiu expressivamente e as margens da empresa aumentaram e com o aumento de produção fomos capazes de entregar esse resultado", afirmou.

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Outro indicador de melhora apresentado pela companhia foi referente à qualidade do produto da mineradora brasileira. O teor de concentração do minério da Vale foi de 63% de teor nos três primeiros meses do ano para 63,2% no segundo trimestre.

Preço do minério. O preço médio de minério de ferro praticado pela Vale no segundo trimestre foi de US$ 50,6 a tonelada, queda de 40,2% em relação a um ano antes. Em relação ao primeiro trimestre, no entanto, o preço avançou 10%, seguindo o insumo de referência CFR/FOB.

Na semana passada, a empresa divulgou uma robusta produção de minério de ferro no segundo trimestre, demonstrando estar no caminho para entregar sua meta de volume de 340 milhões de toneladas da matéria-prima para 2015.

Outro ponto de atenção do mercado é a dívida da companhia, que cresceu no trimestre. A dívida líquida da Vale ao fim do segundo trimestre do ano soma US$ 26,509 bilhões, alta de 14,3% em relação a um ano antes e 6,9% sobre os três primeiros meses do ano.  A alavancagem medida pela razão dívida total pelo Ebitda dos últimos doze meses ajustado ficou em 3,3 vezes, ante 2,6 no primeiro trimestre do ano e 1,5 no mesmo intervalo do ano anterior.


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