Ceci_afp_483x303.jpg
Cecil: após ser morto a tiros, teve sua pele arrancada e cabeça decapitada como um troféu de caça

 

O homem que matou o leão Cecil, uma das grandes atrações de uma reserva natural do Zimbábue, é um dentista e caçador de nacionalidade americana que se chama Walter Palmer, denunciou nesta terça-feira uma ONG de proteção dos animais. Walter Parmer teria pago 55 mil dólares para uma empresa de organização de safaris para matar o leão, indicou a ONG Zimbabwe Conservation Task Force (ZCTF). Um caçador profissional, dono da empresa Bushman Safari, Theo Bronkhorst, é suspeito de ter colaborado com Palmer.

Segundo a versão da ZCTF, Palmer e Bronkhorst organizaram uma caçada noturna e prenderam um animal morto em seu veículo para atrair Cecil para fora do parque nacional."Palmer lançou uma flecha contra Cecil, mas isso não o matou. Eles o localizarm 40 horas mais tarde e o mataram com uma arma de fogo", acrescenta a organização.

HunterWalterJamesPalmer_Div_483x303.jpg
O dentista americano Walter Palmer

 

Depois de matá-lo, os caçadores descobriram que o leão tinha um colar de identificação e rastreamento que tentaram tirar. O animal foi decapitado e despedaçado, segundo a imprensa local. A cabeça serve como troféu.

Cecil, um leão de 13 anos, era a estrela do parque nacional de Hwange por sua vasta cabeleira negra.

A polícia do Zimbabwe afirmou que precisam urgentemente falar com o dentista e que sua localização atual é desconhecida. Dois colegas dele já estão sob custodia da Justiça e serão indiciados esta semana pela morte do leão. O presidente da ONG Zimbábue Conservation Task Force disse que pessoas envolvidas na caça ilegal podem ser condenadas a até 10 anos de prisão.

Palmer, do estado de Minnesota, teria matado Cecil por volta do dia 6 de julho. Um porta-voz do dentista teria negado qualquer ilegalidade na caça e admitiu que é muito provável que tenha sido o Dr Walter que realmente matou o leão. Em entrevista a um jornal americano, o Dr. Palmer disse estar preparando um comunicado oficial e apenas adiantou que "obviamente algumas coisas estão sendo divulgadas erroneamente".

O caçador já tem em seu histórico uma multa por ter mentido sobre o local de caça de um urso negro no nordeste do estado do Winsconsin.

A polícia também busca o filho do caçador profissional, Zane Bronkhorst, suspeito de ter participado nos fatos. A família Bronkhorst dirige desde 1992 a "Bushman Safaris", uma empresa especializada na caça de leopardos. A caçada só é autorizada em reservas privadas e segundo um sistema de cotas, mas não nos parques nacionais como de Hwange.