O físico britânico Stephen Hawking é mundialmente famoso por seus estudos envolvendo buracos negros, suas teorias sobre matemática aplicada e pelo bom humor com que enfrenta a Esclerose Lateral Amiotrófica, a doença degenerativa que o prende há várias décadas a uma super cadeira de rodas. Agora, aos 73 anos de idade, Hawking quer ser reconhecido também como o homem que liderou o maior projeto da história da humanidade para encontrar vida fora do Planeta Terra. Com o apoio do bilionário russo Yuri Milner, que sozinho doou US$ 100 milhões, Hawking anunciou a criação de um projeto ambicioso que tem como objetivo única e exclusivamente localizar e identificar extraterrestes inteligentes.

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Batizado de “Breakthrough Listen”, o projeto contará com recursos que nunca foram utilizados na busca de vida em outros planetas antes. Com os recursos, os cientistas terão milhares de horas de trabalho em dois dos maiores telescópios instalados na Terra. Localizados no Estado da Virgínia e na Austrália, esses equipamentos serão capazes de vasculhar não só o Sistema Solar, mas também as 100 galáxias mais próximas da Terra em busca de sinais de rádio que possam indicar vida inteligente no universo.

“Chegou o momento de nos comprometermos seriamente em encontrar a resposta por uma questão que a humanidade busca há séculos”, disse Hawking em Londres na última semana, durante o anúncio de criação do projeto. “Precisamos saber se estamos sozinhos ou se temos companhia no universo”.

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Telescópio no observatório australiano de Parkes
será usado na busca por sinais de rádio

As pesquisas terão início em janeiro de 2016 e todos os dados coletados serão públicos. Todo o recurso será destinado à busca de sinais. Desta vez, os cientistas não querem emitir ondas de rádio. Têm medo de que civilizações mais inteligentes e mais agressivas que os humanos captem os sinais. “Civilizações muito mais avançadas podem nos ver tão valiosos quanto nós vemos uma bactéria”, diz ele.

Foto: GEOFF ROBINS/AFP PHOTO