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O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, falou ao telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, e acertou que apresentará uma proposta para um acordo de resgate na cúpula da União Europeia na terça-feira, disse uma autoridade do governo grego.

A autoridade, que falou sob condição de anonimato, não deu mais detalhes sobre o telefonema, que aconteceu no dia seguinte aos gregos terem rejeitados por ampla maioria os termos do acordo internacional de resgate.

Nesta segunda-feira, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou em um comunicado que o fundo tomou conhecimento do resultado do plebiscito. "O fundo está monitorando a situação de perto e permanece pronto para ajudar a Grécia, se isso for solicitado", declarou Lagarde.

Logo depois do anúncio da vitória do "não", o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, foi avisado de que tanto o primeiro-ministro Alexis Tsipras quanto o Eurogrupo queriam que ele deixasse o cargo. Ele anunciou a saída nesta segunda-feira. O ministro era considerado uma presença "difícil" nas mesas de negociação.

Agora, a Grécia precisa urgentemente de dinheiro. A situação se agravou no país depois que o governo deu o calote no FMI na última terça-feira, mesmo dia em que o programa de resgate do país expirou.

Diante da escassez de dinheiro no sistema bancário, o governo liderado por Tsipras planeja prorrogar o fechamento de bancos para além desta segunda-feira, por ao menos alguns dias. A informação foi dada por quatro fontes do setor bancário.

Na semana passada, a Grécia emitiu um decreto impondo controles de capital e ordenando que bancos fechassem após o Banco Central Europeu (BCE) congelar uma ajuda financeira vital.

O decreto expira nesta segunda-feira, e o governo deve emitir um novo em substituição. "O feriado bancário será ampliado, até sexta-feira ou segunda-feira que vem", disse um executivo sênior do setor à agência Reuters.

Alemanha exige ‘esforço’ dos gregos. Mais cedo, o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, afirmou que as condições para a retomada das negociações ainda não são adequadas, mas que a Alemanha permanece aberta para conversas.

Seibert afirmou que a Alemanha respeita o resultado do plebiscito de domingo -que mostrou a vitória do ‘não’ – e que vai esperar as novas propostas do primeiro-ministro grego. O porta-voz de Merkel destacou que o governo alemão adotou a postura de que a ajuda financeira à Grécia só será concedida em troca de "esforços próprios".

O ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, também adotou postura firme e declarou que a Grécia tem de apresentar uma oferta que vá além de suas propostas anteriores, caso queira permanecer na zona do euro. Segundo Gabriel, Atenas pode logo enfrentar a insolvência. "Se a Grécia quer ficar na zona do euro, o governo grego tem que fazer rapidamente uma oferta substancial que vá além de sua disposição até agora", disse.

Euclide Tsakalotos é nomeado ministro das Finanças da Grécia
Euclide Tsakalotos, atual coordenador da equipe negociadora grega, será o novo ministro das Finanças da Grécia, anunciou nesta segunda-feira a presidência grega.

Tsakalotos, um economista discreto que também é vice-ministro das Relações Exteriores, prestará juramento nesta segunda-feira às 17h00 GMT (14h00 de Brasília), indicou a presidência, e substituirá Yanis Varoufakis, que renunciou ao cargo após o "Não" no referendo grego de domingo para facilitar as negociações com os credores.

Encarregado dos assuntos econômicos internacionais, nascido em Roterdã (Holanda) e formado na universidade britânica de Oxford, Tsakalotos, 55 anos, foi nomeado no final de abril o coordenador da equipe grega de negociações em Bruxelas após o isolamento de Vafourakis por seus pares durante as reuniões da zona do euro.

O novo ministro terá a dura tarefa de recuperar a confiança entre seu país e os grandes meios financeiros europeus depois de cinco meses de negociações, a fim de chegar a um acordo sobre o pagamento da dívida grega.