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Um emissário da companha da presidente Dilma Rousseff à reeleição procurou o doleiro Alberto Youssef, no ano passado, para tentar "repatriar" R$ 20 milhões depositados no exterior, afirmou o delator da Lava Jato à Justiça Eleitoral, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada nesta sexta-feira (3).

Youssef, que é apontado como um dos principais operadores do esquema de cobrança de propina e desvio de verbas em contratos da Petrobras, disse que só não executou o pedido, supostamente realizado no início do ano, porque acabou preso pela Lava Jato em março de 2014.

O depoimento ao qual a Folha teve acesso foi dado no dia 9 de junho de 2015, em Curitiba (PR), onde Youssef está preso e onde se concentra a força-tarefa que investiga os crimes na estatal petroleira. Ele foi tomado por causa de uma ação movida pelo PSDB contra Dilma no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 2014.

Derrotado por Dilma na campanha presidencial do ano pasado, o PSDB pediu a cassação da chapa liderada pela petista por "abuso de poder econômico e político".

"Uma pessoa de nome Felipe me procurou para trazer um dinheiro de fora e depois não me procurou mais. Aí aconteceu a questão da prisão, e eu nunca mais o vi", disse Youssef à Justiça Eleitoral. "Se não me engano, o pai dele tinha uma empreiteira. Não consigo me lembrar (do nome da empreiteira)."

O doleiro também afirmou que esse foi o único contato que manteve com o suposto emissário da campanha de Dilma e que não sabe se Felipe procurou outros operadores após a prisão.

Outro lado

À Folha, o ministro da Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, afirmou que o doleiro Alberto Youssef "nunca manteve contato com a campanha de Dilma Rousseff".

Edinho Silva foi o tesoureiro da campanha de Dilma em 2014.