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O ministro da Economia da Grécia, George Stathakis, afirmou ao jornal britânico "Financial Times" que o país não pagará a parcela da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence nesta terça-feira (30), no valor de 1,55 bilhão de euros.

A possibilidade de atraso derrubou as bolsas europeias e asiáticas nesta segunda-feira (29).

Na prática, o não pagamento da parcela representa um calote do país europeu, que vive grave crise econômica. É possível, no entanto, que o Banco Central do continente não declare a Grécia "falida" até que haja um posicionamento oficial do governo grego.

Pela Europa, os principais governos vão realizar reuniões de emergência durante o dia, antes do prazo final para que a Grécia pague suas dívidas, nesta terça-feira. O presidente americano, Barack Obama, chegou a telefonar para a chanceler alemã Angela Merkel para pedir que a UE não abandone a Grécia.

No sábado, a negociação entre os gregos e a UE fracassou diante da insistência do governo de Alexis Tsipras de realizar um referendo no dia 5 de julho para consultar a população se estariam dispostos a mais um pacote de austeridade, em troca de recursos do FMI e da UE.

O problema é que os gregos precisam encontrar 1,6 bilhão de euros para pagar parte de sua dívida até terça-feira e, se não cederem no que se refere ao referendo, a UE já anunciou que o programa de resgate estará suspenso. Na prática, a Grécia quebraria e daria um passo significativo para sair da zona do euro.

A situação ficou ainda mais tensa quando, na manhã de ontem, o Banco Central Europeu anunciou que não pretende elevar o volume de recursos do fundo que dispõe para garantir uma assistência emergencial aos bancos da Grécia.

O mecanismo europeu de apoio não foi eliminado. Mas seu teto não será alterado.

Para esta segunda-feira, ele seria de 89 bilhões de euros. Ainda que o BCE admita que está disposto a mudar sua estratégia para garantir a "sustentabilidade financeira" da Grécia, a realidade é que a Europa deu um sinal à Atenas de que não iria incrementar a ajuda. A meta era clara: criar uma pressão para que o governo de Alexis Tsipras renunciasse a seu projeto.

O resultado dessa medida foi a decisão em Atenas de decretar um feriado bancário e o fechamento da bolsa de valores por sete dias. Tspiras, porém, apelou à população por “calma e paciência”, enquanto milhares de pessoas faziam filas em caixas eletrônicos pelo país. Segundo ele, os depósitos estão garantidos. "Todos os depósitos, salários e aposentadorias estão garantidos", disse.