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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou que a economia brasileira deve encolher 1% neste ano e ter uma "modesta recuperação" em 2016. Segundo Lagarde, a América Latina deve ter o quinto ano consecutivo de desaceleração no crescimento. "Então, as perspectivas de curto prazo são desafiadoras", disse, durante discurso nesta sexta-feira, 22, no XVII Seminário de Metas para a Inflação, no Rio. 

Na avaliação da diretora do FMI, já há indicações de que a entrada da política monetária no "modo de aperto" desde o ano passado está funcionando. "Ainda que a inflação de 2015 fique no lado elevado (da margem de tolerância da meta) como resultado de mudança nos preços relativos, a expectativa é que ela reverterá para a meta em 2016 e continuará a convergir para o centro da meta daí por diante", disse Lagarde, que elogiou também a correção dos preços administrados, "um esforço para garantir o uso eficiente de recursos escassos na economia".
 
Na sua visão, "o recente fortalecimento das políticas fiscal e monetária – junto com uma forte posição em reservas internacionais e um sistema flexível de taxa de câmbio – é crítico para impulsionar a credibilidade e a resiliência do arcabouço da política econômica do Brasil".
 
Lagarde citou também a política econômica do primeiro mandado do governo Dilma Rousseff. Segundo a diretora do FMI, assim como outros países da América Latina, o Brasil respondeu à crise internacional de 2008, de forma apropriada, implementando políticas contracíclicas. E assim como outros países, manteve os estímulos após verificar que a recuperação do crescimento após a crise era hesitante.
 
Só que, era claro, embora não tão evidente em 2011, que um declínio no crescimento potencial da economia brasileira estava exercendo influência nessa hesitação, "questão sobre a qual vocês ouvirão da equipe do FMI hoje", afirmou.
 
Para a diretora do FMI, impulsionar o crescimento econômico é imperativo e isso tem mais a ver com oferta do que demanda. "Fortalecer as políticas macroeconômicas é a abordagem preferencial para assegurar estabilidade e para aumentar a resiliência a choques externos", apontou.
 
Segundo ela, o governo está seguindo essa estratégia, fixando as metas de superávit primário de 1,2% do PIB para 2015 e de 2,0% para 2016 e 2017. "Esse gradual, mas ainda assim significante, aumento no superávit primário é necessário para ampliar a credibilidade da política econômica doméstica", disse Lagarde. 


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