William Ury, especialista top em mediação de conflitos internacionais, passou por São Paulo para o almoço da ONG Caminhos de Abraão, presidida no Brasil pelo empresário Alexandre Chade. O professor de Harvard apresentou seu livro “Como Chegar ao Sim com Você Mesmo” (Editora Sextante). Na obra, ele conta, entre outras histórias, como ajudou Abílio Diniz nas negociações com o grupo Casino para sua saída do Pão de Açúcar. À coluna, Ury disse que a mulher de Abílio, Geyse Diniz, foi a “heroína” da história.

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“Abílio precisava ter clareza do seu maior objetivo e foi com Geyse que ele conversou muito. Depois foram só mais quatro dias”, simplificou Ury, que acaba de voltar da Ucrânia, onde tenta ajudar nas negociações para a paz naquele país. Foi de Geyse a idéia de chamá-lo para mediar o conflito com o ex-sócio Jean Charles Naouri, hoje página virada. “Assisti a uma palestra do Bill em 1998”, conta ela. Na época, nem era casada com o empresário. “Quando enfrentávamos aquela crise, tive essa luz. Pensei: se ele negociou até com as Farcs, há de ajudar nisso”. Com o apoio da filha, Ana Maria Diniz, Abílio acabou convencido. “Marcamos um jantar em casa e foi amor à primeira vista”, disse.

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A chave para a solução foi responder à pergunta: o que você quer? “Abílio concluiu que queria liberdade e mais tempo”, diz Ury. Representando o marido no evento (ele voava para Paris), Geyse brincou: “Mais tempo? Abílio quer mais tempo para fazer mais coisas. Está a mil no Carrefour e na BRF”. O zum-zum-zum no almoço: a viagem a Paris teria uma razão: Abílio estaria articulando com a família Moulin, dona da Galeries Lafayette, a aquisição do controle do Carrefour, hoje na mão de Bernard Arnault, da LVMH.  

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