Acostumados a discussões infernais sobre que caminho musical tomar ou como definir a linha de um novo disco, os agora seis Titãs desta vez nem chegaram ao impasse de guilhotinar três ou quatro faixas que ficariam de fora da seleção tirada das 40 novas canções que eles compuseram para o álbum A melhor banda de todos os tempos da última semana. Sem a presença do guitarrista Marcelo Fromer – morto tragicamente por atropelamento em junho passado –, eles concordaram que das 16 inéditas escolhidas todas integrariam o recente álbum, que também será comercializado em bancas de jornais encartado numa revista. Fromer, contudo, não está totalmente ausente do CD. Ele comparece como co-autor de cinco músicas, entre elas Não fuja da dor e Alma lavada. Na primeira, a voz solo de Branco Mello sonoriza em levada de rock versos como “Fugir da dor é fugir da própria cura”. Na segunda, o rock torna-se anabolizado pelas guitarras de Tony Bellotto e do produtor do disco Jack Endino, antigo darling dos grunges, que iniciou sua parceria com os Titãs no pesado Titanomaquia, de 1993.

A melhor banda… é um disco divertido, irônico a partir do próprio título, uma brincadeira com a mídia. Faz o cruzamento entre o pop palatável de trabalhos mais recentes como os projetos acústicos e as toneladas sonoras de Titanomaquia. A sensatez mesclada ao humor resultou num CD para pais e filhos roqueiros. O mundo é bão Sebastião, de Nando Reis, cantada pelo próprio, abre com os acordes beatlemaníacos de Day tripper e segue num rock veloz, melodioso. Enquanto Bananas, de Sérgio Britto, Paulo Miklos e Charles Gavin, com Brito nos vocais, se liga no funk-samba-rock. Para dar uma idéia da nova safra titânica, na letra a fruta tropical alia-se ao brasileiro céu azul só “pra exorcizar nossa ruína”.