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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 05, após reunião com esposas de líderes de presos políticos da Venezuela, no Palácio dos Bandeirantes, que "a defesa dos direitos humanos não tem fronteira". "A democracia é um compromisso de todos nós. Não há democracia sem contraditório e sem oposição", disse ao lado de Mitzy Capriles de Ledezma, esposa do prefeito de Caracas, Antônio Ledezma, preso em seu gabinete em fevereiro, acusado de participar de um suposto plano para derrubar o presidente venezuelano Nicolas Maduro.

Alckmin lembrou uma das cláusulas do Mercosul que prevê regimes democráticos e chamou Mitzy e Lilian Tintori, esposa do líder do Partido Vontade Popular Leopoldo López, de "duas guerreiras". Ambas têm se destacado na luta para tentar libertar seus maridos e outros 97 presos políticos na Venezuela.
 
López, ex-prefeito do município de Chacao, está detido há mais de um ano na prisão militar de Ramo Verde sob a acusação de incitar violência nos protestos contra Nicolás Maduro em 2014. Segundo Lilian, seu esposo é inocente e sua luta agora é para que acabe a repressão de Maduro. "Meu país vive uma crise econômica, social e política. Agradeço muito por estarem nos recebendo e pedimos ajuda", afirmou.
 
Mitzy e Lilian devem ser recebidas amanhã, em Brasília, pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha e disseram que pretendem também se encontrar com a presidente Dilma Rousseff. "Vai depender da disponibilidade da agenda dela", afirmou Mitzy. "Nós queremos ser recebidas por todas aquelas pessoas que são a favor da democracia e respeitam os direitos humanos e sabemos que ela (Dilma) é uma pessoa sensível", disse Lilian.
 
A esposa de López agradeceu ainda as declarações dadas pela presidente Dilma antes da Cúpula das Américas, no mês passado, de que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) tem "interesse absoluto" que a Venezuela liberte os presos políticos. "A Venezuela tem uma grande esperança no Brasil", disse.
 
Mitzy descartou a possibilidade de Ledezma pedir asilo político. "Ele passou vários dias sendo perseguido de manhã, de tarde e de noite, mas nem por um segundo pensou em deixar seu país. Vamos seguir lutando", afirmou.


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