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O número de mortos em razão do terremoto no Nepal pode chegar a 10 mil, disse o primeiro-ministro nepalês, Sushil Koirala, nesta terça-feira, 28, determinando uma intensificação dos esforços de resgate e apelando a outros países por suprimentos e remédios.

"O governo está fazendo tudo que pode para resgate e alívio", disse Koirala em entrevista à Reuters. "É um desafio e um momento muito difícil para o Nepal", acrescentou.

Uma autoridade do Ministério do Interior informou que o último número oficial de mortos estava em 4.349. Caso o número chegue a 10 mil, seria maior que os 8.500 mortos do terremoto de 1934, o maior desastre da história do país até o momento.

Koirala estava fora do país quando o terremoto de magnitude 7,8 atingiu o país, no sábado. Ele voltou no domingo. O premiê emitiu ordens para o governo aumentar a coordenação para esforços de resgate e recuperação.

Pedindo assistência a outros países, Koirala disse que o Nepal precisava de tendas e remédios. Diversas pessoas estão dormindo nas ruas porque suas casas foram destruídas ou podem não suportar as dezenas de tremores secundários que atingiram o país, disse o premiê.

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"O governo precisa de tendas e muitos remédios. Pessoas estão dormindo em campos e sob a chuva. Existem mais de 7 mil pessoas feridas. O tratamento e reabilitação serão um grande desafio", afirmou o premiê.

Resgate

A equipe das Nações Unidas para a Avaliação e Coordenação em Casos de Desastre (UNDAC) alertou nesta terça-feira que o tempo para encontrar sobreviventes entre os escombros após o terremoto no Nepal está acabando.

Arjun Katoch, integrante da UNDAC, disse que é pouco provável que as pessoas possam suportar viver sob os escombros durante mais de 96 horas. O funcionário das Nações Unidas afirmou que a UNDAC está fazendo tudo o que está ao seu alcance para apoiar as tarefas do governo nepalês, e afirmou que levando em conta a passagem do tempo, existe a possibilidade de que em breve os trabalhos de resgate sejam finalizados.

"Mas isso é uma decisão do governo", ressaltou. No entanto, Katoch argumentou que no momento as autoridades devem começar a dar prioridade às tarefas de reconstrução e reabilitação. As ruas de Katmandu acumulam toneladas de escombros de edifícios desabados, o que mantém milhares de pessoas em acampamentos improvisados.

Saída

Centenas de pessoas espalhadas pelo chão, engrossando uma interminável fila, ou protegidas da chuva em locais onde melhor podem se esconder, esperam no aeroporto de Katmandu para deixar o Nepal.

Barracas montadas nos jardins em frente à entrada, movimento intenso de funcionários de embaixadas estrangeiras, voluntários e soldados se misturam aos passageiros no aeroporto de Tribhuvan, o principal da capital nepalesa, também atingido pelo tremor e completamente saturado de tráfego aéreo nas últimas horas.

Os painéis mostram cancelamentos e atrasos de quase todos os voos com destino aos países próximos – Índia, Malásia, Tailândia e China. No entanto, é praticamente impossível conseguir alguma informação oficial com a Autoridade de Aviação Civil. 


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