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O mercado financeiro manteve a aposta de que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015 ficará negativo neste ano, mas ampliou a avaliação negativa entre uma semana e outra, de queda de 1,03% para uma retração de 1,10%. Os dados são do Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 27, pelo Banco Central. Há quatro semanas, essa projeção era de 1,00%.

Para 2016, a expectativa segue um pouco mais otimista. Entre uma semana e outra a previsão foi mantida em 1%. Quatro semanas antes essa expectativa era ligeiramente maior, de 1,05%.
 
Os resultados do PIB sofreram influência das expectativas sobre a produção industrial, cuja mediana das estimativas para este ano segue em baixa de 2,50%. Quatro semanas atrás, estava em -2,42%. Para 2016, as apostas de expansão para a indústria seguem em 1,50% há três semanas consecutivas. Há quatro edições da pesquisa Focus, a previsão era de alta de 1,68%.
 
Para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a mediana das previsões dos analistas do setor privado ficou estável, pela sétima semana seguida, em 38,00%. No caso de 2016, as expectativas seguem em 38,90% há quatro semanas.
 
Câmbio
 
Com o dólar em queda durante quase todo o mês de abril, as previsões para o comportamento do câmbio no fim deste ano foram ligeiramente reduzidas. De acordo com o documento, a mediana das estimativas para o moeda no encerramento de 2015 caiu para R$ 3,20. Na semana anterior essa estimativa era de R$ 3,21 e, quatro edições antes, de R$ 3,20. A taxa média prevista para este ano, no entanto, manteve-se estável em R$ 3,11 – um mês antes estava em R$ 3,12.
 
Já para 2016, a cotação final segue em R$ 3,30 – estava em R$ 3,23 quatro levantamentos antes. A taxa média para o ano que vem, porém, apresentou alta, passou de R$ 3,21 para R$ 3,23. Um mês antes estava em R$ 3,20. Até a última sexta-feira, o dólar ante o real apresentava queda de 7,59% em abril e alta de 11,37% no ano, terminou o último dia útil da semana passada em R$ 2,9570.
 
Preços administrados
 
Analistas de mercado ouvidos para o boletim Focus elevaram a expectativa de alta dos preços administrados em 2015 de 13% para 13,10%, depois de três semanas consecutivas de estabilidade. Para o BC, os preços administrados devem apresentar alta de 11% no ano, número que leva em conta variações ocorridas, até fevereiro, nos preços da gasolina (8,4%) e do gás de bujão (1,2%), bem como as hipóteses, para o acumulado de 2015, de redução de 4,1% nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 38,3% nos preços da eletricidade. Já para 2016, a expectativa no boletim Focus da pressão para a inflação desse conjunto de itens aumentou, subiu de 5,60% para 5,71%.
 
Inflação em 2015 na pesquisa Focus sobe para 8,25%
 
Os analistas de mercado ouvidos para o boletim Focus voltaram a elevar a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, que passou de 8,23% para 8,25%, de acordo com o Banco Central divulgou em seu Relatório de Mercado Focus. Há um mês, essa expectativa estava em 8,13%. O próprio BC, responsável pela divulgação do documento, espera uma inflação um pouco menor, de 7,9% este ano, acima, portanto, do teto da meta, que é de 6,5%.
 
No Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões, houve estabilidade nas projeções. A mediana para o IPCA deste ano segue em 8,67%. Quatro semanas atrás, estava em 8,33%.
 
Para o fim de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi mantida em 5,60% pela quarta semana consecutiva. Também no Top 5, a projeção para a inflação ao final do ano que vem foi mantida em 6,40% – um mês antes estava em 5,64%. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação do BC divulgado no mês passado, a taxa ficará em 4,9%.
 
A expectativa para a inflação suavizada 12 meses à frente recuou, de 6,04% para 6,00%. Há um mês estava em 6,30%. No curto prazo, depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo IBGE, de 1,22% em fevereiro, e de 1,32% em março, a projeção para a taxa em abril continua em alta, mas ainda está em um porcentual abaixo de 1%. De acordo com o boletim Focus, a mediana das estimativas passou de 0,69% para 0,70% – um mês antes, estava em 0,62%. Em maio, o índice deve ter alta de 0,50%, acima da previsão passada de 0,49% e dos 0,45% estimados quatro edições da Focus atrás.
 
Juros
 
O mercado financeiro manteve o consenso de que haverá uma elevação da Selic dos atuais 12,75% ao ano para 13,25% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para esta semana. Para o fim deste ano, a mediana das previsões foi mantida em 13,25% – ou seja, o mercado espera que o BC, na próxima quarta-feira, 29, dê fim ao atual ciclo de alta dos juros. A Selic média do ano, no entanto, subiu de 13,14% ao ano para 13,20%. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 13,06% ao ano.
 
Para o fim de 2016, a mediana das projeções foi mantida em 11,50% ao ano de uma semana para outra. Esta é a décima sétima semana consecutiva que a taxa está estacionada neste patamar. A previsão para a Selic média do ano que vem também foi mantida, em 12% – a taxa observada há um mês era de 11,92%.
 
Para o grupo Top 5 de economistas de médio prazo, a Selic encerrará este ano em 13,50% ao ano, mesmo número da previsão anterior. Há um mês, esse grupo estimava que a taxa chegaria a 13,75% ao fim do ano. Para 2016, a expectativa é de que a taxa fique em 12% ao ano, mesmo previsão há cinco semanas.