O trágico acidente com o avião da Germanwings nos Alpes franceses trouxe à tona novamente uma antiga discussão envolvendo a real necessidade de co-pilotos na aviação civil e militar. Nos últimos anos, setores ligados à indústria de defesa e, claro, às companhias aéreas, vêm defendendo que a presença de apenas um profissional na cabine pode ser segura o suficiente se mecanismos de controle remoto ou eletrônico forem instalados nas aeronaves. A idéia, que desperta críticas severas das associações de pilotos, ganhou força após o acidente com a companhia alemã e tanto a Nasa quanto a agência de desenvolvimento tecnológico do Departamento de Defesa dos Estados Unidos preparam os primeiros testes de mecanismos que podem aposentar de vez o co-piloto na aviação mundial.

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O projeto mais avançado neste momento envolve a criação de um robô que irá substituir fisicamente o co-piloto tanto em aeronaves comerciais quanto em aviões militares. Desenvolvido pela Darpa, a agência de desenvolvimento e pesquisa militar dos Estados Unidos, o protótipo deste humanóide deve ser testado pela primeira vez ainda este ano. A idéia é de que o equipamento seja capaz de controlar um avião em todas as fases de vôo, desde a decolagem até o pouso. Batizado de Alias, o equipamento poderá se comunicar tanto com o piloto quanto com a torre de controle por meio de comandos de voz e será absolutamente flexível. Isso significa que ele será capaz de ser instalado em qualquer aeronave e irá comandar os equipamentos do avião, como o manche ou os pedais, fisicamente.

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Já a Nasa está estudando a criação de um sistema de manejo remoto em que um piloto, em terra, ficaria responsável pelo controle de não de apenas um, mas de vários aviões ao mesmo tempo. A idéia é que esse co-piloto a distância assuma a aeronave quando o piloto precise ir ao banheiro – como no caso do acidente da Germanwings – ou esteja incapacitado, por alguma razão, de pilotar. Os projetos ainda estão em teste, mas a tendência, dizem especialistas, é de que cada vez mais as máquinas estarão no comando dos milhares de aviões que cruzam os céus do mundo todos os dias.