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Ver Maria Fernanda Cândido e verbalizar sobre sua beleza é quase inevitável. Algo que a atriz já se acostumou, mas educadamente dá de ombros. “Estou com 40 anos e esse realmente não é mais um tema na minha vida”, diz. O tema a que se dedica: estudos. Nem quando gravava minisérie “Felizes para Sempre?” ela abriu mão de estar presente nas reuniões da Casa do Saber, da qual é sócia. “É o que mais ocupa meu tempo”, confessa a atriz, enquanto intercala essas atividades com a gravação de “Dois Irmãos”, próxima minissérie da Globo. Desta vez, ela dará vida à Estelita, uma mulher rica e esnobe. Casada com o empresário francês Petrit Spahija, e mãe de Tomás, de 9 anos e Nicolas, de 6, Maria Fernanda Cândido faz côro com os indignados com o momento político brasileiro.

ISTOÉ – A vida começa aos 40?
Maria Fernanda Cândido –
Não diria isso. Vejo mais como uma fase da vida.

ISTOÉ –Depois do sucesso da série “Felizes para sempre?”, sua próxima personagem na minissérie “Dois Irmãos” é uma mulher rica e esnobe. Você não pensa mais em novelas?
Maria Fernanda –
Por enquanto não. Quero desenvolver projetos na Casa do Saber, e fazer cursos. Já estou matriculada no curso “O Poder e a Política na obra de Shakespeare”. A Casa do Saber faz 11 anos. Começou com reuniões que eu e uns amigos fazíamos em casa para estudar filosofia. De 20 pessoas, sempre tinha mais 20 querendo participar. Abrimos sem saber no que ia dar e é um sucesso. É o que mais toma meu tempo. Faço as reuniões de briefing e a curadoria. As aulas são ministradas como se estivéssemos em casa e mantemos a tradição de ser algo prazeroso. Como fazíamos em casa, no intervalo das aulas que duram duas horas, servimos vinho e petiscos.

ISTOÉ – O curso que fará passa pela política. Por falar nisso, como tem visto o momento no Brasil?
Maria Fernanda –
Não vejo o impeachment como possibilidade real no momento. Não acho que seja uma opção legítima. Precisamos urgentemente ter uma reforma política. No governo FHC não foi feita, nem no governo Lula e agora a Dilma entra no quinto ano de mandato e nada. Sou a favor da mudança do nosso sistema de voto. Não temos representatividade alguma. As pessoas votam e depois não tem noção do que vai acontecer porque o contato com o político que elegeu é nulo. Dizem que o eleitor brasileiro é imaturo, mas não é.

ISTOÉ – E a corrupção?
Maria Fernanda –
A própria Dilma disse que “a corrupção é uma senhora muito antiga”. Está na hora de acharmos uma forma dessa “senhora” não existir mais.

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ISTOÉ – Você participou da manifestação de 15 de março?
Maria Fernanda –
É para ser lembrado como fato memorável. Não fui andar no meio do povo, mas fiquei bem perto e vimos o movimento. Neste dia estávamos com quatro crianças, meus filhos e mais dois amiguinhos, então achamos demais ir com eles. Mas vimos tudo. 


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